Declarações de Carlos Queiroz, selecionador do Irão, após o afastamento dos persas do Mundial2022.
Primeiro balanço: "Não é fácil conviver com ameaças no Instagram. Num dia são heróis do povo e no outro dia abrem o Instagram e querem matá-los. Mas passámos sempre uma mensagem de confiança e o mais importante foi mostrar-lhes o caminho neste Mundial. A missão que tínhamos era dar um sorriso e felicidade às pessoas. Tudo o que os jogadores fizeram merece muito respeito."
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Análise ao jogo com os EUA: "A primeira parte foi dos EUA, eles começaram bem melhor o jogo, foram mais fortes nos passes e nas movimentações e mereceram marcar. Na segunda foi o oposto. Voltámos fortes e começámos a fechar os movimentos deles. Criámos as oportunidades suficientes e as mais claras, mas infelizmente o futebol pune a equipa que não marca. É justo dizer que o empate seria o resultado justo, mas isso da justiça não existe no futebol. A realidade é esta. Parabéns aos EUA, e desejo-lhes a melhor das sortes".
Queda de Taremi na área dos EUA quase a terminar: "Não vou pronunciar-me por duas razões. Ainda não vi com detalhe a carga que aconteceu e acho que, depois da qualificação dos Estados Unidos, estar a falar desses lances não faz sentido e diminui a dignidade das coisas. Já passámos por situações mais difíceis em 2014 e 2018 e a vida continua. Este jogo tem uma coisa maravilhosa que é haver mais jogos para jogar."
O que falhou? "Acho que a falta de velocidade e ações da alta intensidade vieram ao de cima nas três equipas do grupo. Esta alta intensidade esteve por cima de Gales e de nós na primeira parte. Sabíamos que isso ia acontecer. Nós não temos essa competitividade e experiência. Temos jogadores que não seriam titulares nas equipas dos jogadores norte-americanos. Na primeira parte foi evidente. Ao intervalo retificámos mas contra Ferraris temos de fechar as autoestradas para eles não acelerarem".
Análise sobre a participação do Irão: "Estou muito orgulhoso e honrado de ter, uma vez mais, treinado a seleção do Irão e estes jogadores fantásticos. Já disse uma vez que em toda a minha carreira já treinei em muitos sítios, desde a China aos Estados Unidos da América, e que nunca na vida vi jogadores que dessem tanto e recebessem tão pouco. Merecem todos o meu respeito e a minha admiração."
Notícias sobre ameaças aos jogadores: "Este mundo e este momento que vivemos está tão cheio de idiotices e patetices... vale tudo. Qualquer pessoa com base em qualquer informação ou fonte anónima escreve uma idiotice que passa a ser verdade. É o mundo em que vivemos hoje, mas não deixa de ser lamentável. Foram imensas as histórias e pressões que os jogadores receberam de todas as formas, mas o que tenho a dizer é que graças ao trabalho, à união e às explicações os jogadores voltaram às suas raízes e perceberam quem são os seus amigos e para quem é que jogam. Deram uma boa resposta dentro do campo e honraram a camisola do país. "
Elogios aos jogadores iranianos: "Fizeram muitos sacrifícios e um esforço tremendo. Não têm as mesmas condições de trabalho por razões que conhecem melhor do que eu. Às vezes nem botas podem comprar. Mas quando eu trabalho todos os dias e vejo uma dedicação e uma entrega de crescer, ser grande e mostrar ao mundo o futebol e a paixão do Irão, sinto-me muito orgulhoso."
O Irão perdeu por 1-0 com os EUA e falhou o apuramento para os oitavos de final do Mundial2022. Nos três jogos da fase de grupos, a seleção treinada por Carlos Queiroz perdeu por 6-2 com a Inglaterra, venceu por 2-0 o País de Gales, além da derrota com os norte-americanos que seguiram em frente, tal como os ingleses.
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