Os autarcas da Eurocidade Chaves-Verín assistiram juntos ao duelo ibérico e foram unânimes em destacar Cristiano Ronaldo como a "figura do jogo", com o português a realçar a sua importância e o espanhol a lamentar tê-lo como adversário.
Numa sala pintada de vermelho, verde e amarelo, decorada com bandeiras alusivas aos “países irmãos” e com as rivalidades postas de lado, os presidentes de câmara ocuparam as cadeiras da primeira fila da sede da eurocidade, na fronteira, para ver o jogo transmitido em português.
“Pode ser em português, não há problema, sou pouco futeboleiro”, disse o espanhol, Gerardo Seoane Fidalgo, depois de questionado pelo homologo português sobre a preferência da língua de transmissão do encontro.
Cristiano Ronaldo fez hoje um ‘hat-trick’ frente à Espanha, ainda assim apenas suficiente para um empate (3-3), de sacrifício, perante um adversário muito tempo superior e que será dos mais fortes candidatos a vencer o Mundial2018 de futebol.
Antes do apito inicial, os autarcas fizeram os seus prognósticos e cada um apostou na vitória da sua seleção, o espanhol arriscando um 3-1 e o português, mais contido, a perspetivar um 2-1.
Em jeito de brincadeira, Gerardo Seoane Fidalgo referia que era importante a seleção espanhola ganhar depois de, numa semana, ter caído o Governo e o selecionador Lopetegui.
“Não convém que a seleção caía também”, afirmava, acrescentando que os espanhóis tinham de dar “uma liçãozinha” aos portugueses.
Já Nuno Vaz recorreu à Batalha de Aljubarrota e ao duelo entre David e Golias para caracterizar o que seria o encontro, fazendo figas para que os “mais pequenos”, numa alusão aos portugueses, saíssem vencedores.
Numa sala pouco preenchida, onde dominava a presença dos `lusitanos´, os autarcas foram poucos efusivos no festejo dos golos, não se tendo levantado das cadeiras, nem gritado.
Enquanto decorriam os minutos, o autarca espanhol, assumidamente pouco interessado em futebol, estava mais atento ao telemóvel do que propriamente ao jogo, tendo apenas reagido quando se estabeleceu o empate por 1-1 e, depois, de se ouvir na sala “grande golaço”.
Ao intervalo, com Portugal a ganhar por 2-1, o presidente da Câmara de Chaves desejava que o resultado se mantivesse assim, já o homologo não só pedia, como acreditava numa reviravolta.
Enquanto esperavam o reatamento, os autarcas petiscaram iguarias dos dois países, expostas numa mesa, puxando cada qual os galões às suas.
A segunda parte, que foi bem mais animada, trouxe mais golos, festejos mais efusivos, mas igualmente mais nervos e diálogo entre os dois.
No final dos 90 minutos, Nuno Vaz considerou que o empate "estava alinhado” com aquilo que é a estratégia conjunta da eurocidade.
“O resultado faz Justiça ao esforço das duas seleções, tendo as duas condições para passar à outra fase e sonhar em ser finalistas deste campeonato do Mundo”, sustentou.
Falando em duas partes diferentes, o autarca de Chaves entendeu que o empate, depois de Portugal estar a perder por 3-2, é mérito de um “grande jogador” que é o Cristiano Ronaldo.
Também Gerardo Seoane Fidalgo, pouco satisfeito com o empate, por achar que a Espanha esteve melhor, lamentou não ter um Cristiano Ronaldo. como a seleção lusa.
Na esperança que passem os dois países, o espanhol admitiu que, se a Espanha ficar pelo caminho, irá torcer pelo “hermanos portugueses”, com Nuno Vaz a dizer o mesmo.
Apesar da rivalidade dentro das quatro linhas, os autarcas foram unânimes em dizer que a eurocidade vai continuar sem competição e a “falar a uma só voz”.
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