A seleção portuguesa protagonizou hoje um “grande espetáculo de futebol” ao apurar-se para os quartos de final do Mundial2022 com uma goleada à Suíça (6-1), frisou o primeiro-ministro, António Costa, que esteve em Lusail.
“Mas importante do que tudo foi o grande espetáculo que a seleção proporcionou a todos aqueles que gostam de futebol. Mais do que os golos, foi o sentido coletivo, a alegria e o prazer que os jogadores tiveram a jogar. Acho que foi uma grande noite para todos nós. Espero que as próximas assim sejam”, confidenciou aos jornalistas o chefe de Governo.
No Estádio Lusail, palco da final da prova, Portugal bateu a Suíça na última partida dos ‘oitavos’, com um ‘hat-trick’ de Gonçalo Ramos, para garantir desde já a terceira presença de sempre no top-8 do principal torneio de seleções, na linha das edições de 1966 e 2006.
“Foi um jogo extraordinário. Estamos todos muito emocionados com aquilo que a equipa fez, não só pelo resultado, mas pela maneira como jogou e pela vontade e confiança que nos transmitiu a todos para os próximos jogos”, prosseguiu António Costa, revelando que se deslocou no final da partida ao balneário para cumprimentar e congratular os atletas.
Gonçalo Ramos ‘assinou’ o primeiro ‘hat-trick’ do torneio, aos 17, 51 e 67 minutos, com Pepe, aos 33, Raphaël Guerreiro, aos 55, e Rafael Leão, aos 90+2, a concretizarem os restantes golos nacionais, ao passo que Manuel Akanji marcou o tento helvético, aos 58.
“Se tivermos a felicidade que todos desejamos de chegar à final, conto cá voltar. Senão, estarei em frente à televisão a torcer como milhões de portugueses por todo o mundo”, notou o primeiro-ministro, que se deslocou pela primeira vez ao Qatar desde o início do Mundial2022, após ter sido substituído pela ministra dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, que tem a tutela do Desporto, na derrota de sexta-feira frente à Coreia do Sul (1-2), de Paulo Bento, para a terceira jornada do Grupo H, por motivo de saúde.
Portugal vai agora defrontar Marrocos, que hoje eliminou a Espanha (3-0 no desempate por grandes penalidades, após 0-0 no prolongamento), no sábado, às 18:00 locais (15:00 em Lisboa), no Estádio Al Thumama, em Doha, em duelo dos ‘quartos’ do Mundial2022.
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“Estávamos condenados a jogar com os nossos vizinhos. Será mais um jogo, mas temos claramente equipa para fazer aquilo que for necessário fazer. Numa prova destas tudo é possível e impossível. Quem é que em 2016 diria que viríamos de lá como campeões da Europa? A verdade é que viemos e este ano poderá ou não acontecer o mesmo. Temos um trajeto difícil e Marrocos está a jogar muito bem, como se viu. Se passarmos, vamos ter uma de duas grandes equipas [nas meias-finais], seja França ou Inglaterra. Não se é campeão do mundo sem passar estes obstáculos e dificuldades”, referiu António Costa.
De fora do ‘onze’ inicial do jogo de Dusail ficou Cristiano Ronaldo, que rendeu João Félix, aos 74 minutos, um dia depois de Fernando Santos ter admitido que não gostou “mesmo nada” da atitude do capitão aquando da sua substituição no deslize com a Coreia do Sul.
“Os treinadores têm de tomar decisões difíceis. O Cristiano Ronaldo é sempre um grande jogador, mas o treinador faz as suas opções e temos de o respeitar e apoiar. A verdade é que com Fernando Santos temos tido sempre boas carreiras e também estamos a fazê-la neste Mundial. O futebol é um jogo de equipa e é preciso gerir este coletivo de forma que todos estejam no seu máximo na hora certa. É o que tem estado a acontecer”, observou.
Titular nas três partidas anteriores realizadas por Portugal no Qatar, nas quais foi sempre substituído durante a segunda parte, Cristiano Ronaldo já não falhava um jogo a ‘contar’ de uma grande competição internacional de seleções desde o Euro2004, numa altura em que está sem clube, após ter rescindido contrato com os ingleses do Manchester United.
“Portugal é um país que não tem inimigos no mundo e cultiva amizades. Depois, temos uma superestrela, que é o Cristiano. Aliás, quando o estádio gritava ‘Ronaldo Ronaldo Ronaldo’, percebia-se que muitos [dos adeptos] não eram portugueses. Viu-se a reação que as pessoas tiveram quando ele entrou. Existe uma empatia extraordinária. Além do coletivo, acrescenta muito por si”, concluiu António Costa, que tinha partido esta tarde da Albânia, onde integrou a primeira cimeira da União Europeia com os Balcãs Ocidentais.
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