De acordo com a AFP, Cristiano Ronaldo vai receber mais de 200 milhões de euros para promover a candidatura conjunta que a Arábia Saudita está a preparar, com Egito e Grécia, ao Mundial 2030.
A Arábia Saudita, juntamente com Egito e a Grécia, está a considerar uma candidatura para acolher o Mundial de 2030, numa corrida na qual também estão Portugal, Espanha e Ucrânia uma candidatura conjunta. A confirmar-se a candidatura dos sauditas, Cristiano Ronaldo poderá, então, figurar do outro lado da barricada.
Mas quem são, afinal, os candidatos a sediar o torneio, quais as candidaturas já oficializadas e quais as datas do processo de seleção por parte da FIFA?
Escolha será feita em 2024. Será o segundo Mundial com 48 seleções
A partir de 2026, cuja fase final se vai disputar nos EUA, México e Canadá, o Campeonato do Mundo será expandido para 48 seleções finalistas, tornando-o num evento de ainda maior magnitude, o que explica em parte o facto de as candidaturas serem, agora, na sua maioria, conjuntas.
O processo de apresentação de candidaturas foi lançado oficialmente no segundo trimestre de 2022, tendo a FIFA anunciado que o anfitrião será escolhido no seu 74º Congresso Ordinário, a realizar em 2024. Isso significa que a candidatura selecionada terá depois seis anos para preparar o torneio, em 2030.
Primeira candidatura veio da América do Sul
A primeira candidatura apresentada oficialmente à FIFA para a organização do Mundial 2030 foi sul-americana, conjunta, entre Uruguai e Argentina. Uma candidatura que tem como maior atrativo o facto de o Uruguai ter sediado o primeiro Mundial, em 1930, e seria assim também palco da prova no 100º aniversário dos Campeonatos do Mundo de Futebol.
Meses depois do anúncio oficial da candidatura, o Paraguai juntou-se a uruguaios e argentinos, com o Chile a fazer o mesmo algum tempo mais tarde. É a primeira candidatura de sempre composta por quatro nações para sediar um Mundial. Três das quatro nações incluídas nesta candidatura, note-se, já sediaram um Campeonato do Mundo no passado. O Uruguai albergou, então, a primeira edição, em 1930, enquanto o Chile sediou o Mundial de 1962 e a Argentina o de 1978.
Portugal e Espanha candidatam-se...Ucrânia junta-se pela Paz
Espanha e Portugal juntaram-se para apresentarem a segunda candidatura oficial à organização do Mundial 2030, em outubro de 2020. Uma candidatura ibérica, os dois países voltam à carga nas suas intenções de acolherem um Mundial depois de terem desistido da ideia em 2018 e 2022.
No início de outubro de 2022, foi anunciado que a Ucrânia se juntaria a esta candidatura, sediando um dos grupos. Espanha será a principal anfitriã deste torneio, com 11 estádios, aos quais se juntam três estádios portugueses e um número desconhecido de estádios da Ucrânia.
A Ucrânia encontra-se atualmente em guerra com a Rússia, mas a ideia é que - com o conflito resolvido até lá - acolha apenas um pequeno número de partidas e a sua adição a esta candidatura (agora já não 'ibérica' mas 'europeia') pode constituir uma mais-valia, tocando o coração dos países membros da FIFA e dos fãs em todo o mundo, com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, a dar a cara pela candidatura.
Porém, o fato de a ideia passar por a Ucrânia receber apenas três partidas tem levantado algumas questões sobre a necessidade do seu envolvimento, ainda para mais dada a distância geográfica face a Portugal e Espanha. Espanha que, recorde-se, já foi palco de um Mundial, em 1982. Quanto a Portugal, albergou o EURO 2004 e a Ucrânia organizou, em conjunto com a Polónia, o Mundial 2012.
Marrocos tenta ser o segundo país africano a acolher um Mundial
Marrocos anunciou uma candidatura em junho de 2018, sendo esta a sexta vez que concorre à organização de um Mundial, depois de ter perdido para a candidatura conjunta de EUA, Canadá e México no Mundial 2026.
Até à data, penas uma nação africana já albergou um Mundial: a África do Sul, em 2010.
A candidatura marroquina para o torneio de 2026 incluía a intenção de gastar 16 mil milhões de dólares na preparação do torneio, entre infraestrutura, instalações e hospitalidade.
Então e a Arábia Saudita?
A tal candidatura saudita que Ronaldo, segundo as últimas notícias, Ronaldo apoiará a troco de muitos milhões de euros, ainda não foi oficializada.
As regras oficiais da FIFA sobre a rotação continental a organização dos Mundiais dizem que a confederação asiática, à qual pertence a Arábia Saudita, é inelegível para sediar um Campeonato do Mundo até 2034, face ao facto de o Mundial 2022 ter decorrido no Qatar, mas os sauditas poderão contornar essa regra se a sua candidatura for conjunta com uma nação de outro continente elegível.
Assim, ao sauditas juntar-se-á, à partida, o Egito, e talvez também a Grécia, numa candidatura a envolver três continentes: Ásia, África e Europa. A Arábia Saudita nunca albergou um Mundial de futebol, o mesmo sucedendo com egípcios e gregos.
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