A Rússia negou hoje a hipótese de a renúncia de Joseph Blatter ao cargo de presidente da FIFA colocar em risco a organização do Mundial2018 de futebol, cujo boicote foi sugerido pela Inglaterra e apoiado pela Alemanha.
“Blatter era o presidente da FIFA, mas não foi ele a tomar a decisão de atribuir à Rússia o Mundial2018. Quem tomou a decisão foi o comité executivo e não pode ser alterada por nenhum pedido de demissão”, disse Vitaly Mutko, Ministro dos Desportos da Rússia, à imprensa do seu país.
Mutkó recordou que Blatter se vai manter interinamente no cargo até dezembro, defendeu que “não existe qualquer ameaça” à realização do Mundial e assegurou que a Rússia “vai prosseguir com os preparativos de acordo com os prazos previstos”.
Além disso, negou que no seio da FIFA se coloque em dúvida a votação que assegurou à Rússia a organização do Mundial, o que acontece pela primeira vez na sua história.
A presidente do Senado, Valentina Matviyenko, qualificou como uma “histeria anti-russa” os apelos ao boicote ao Mundial da Rússia, ao mesmo tempo que lamentou a decisão de Blatter renunciar depois de ter recebido um apoio massivo nas eleições da passada sexta-feira.
Na mesma linha de pensamento, o Kremlin fez saber a sua surpresa pela demissão de Blatter, cuja candidatura à reeleição a Rússia apoiou apesar das denúncias de corrupção.
“Claro que a sua renúncia foi uma surpresa. Desconhecemos quem será o novo presidente da FIFA, mas, de qualquer modo, tal não se saberá nem amanhã nem no dia seguinte”, disse Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin.
O presidente russo Vladimir Putin defendeu Blatter das acusações de corrupção e acusou a União Europeia de querer impedir a reeleição do ‘homem-forte’ da FIFA e denunciou as pressões do Ocidente sobre a FIFA para que a Rússia não organize o seu primeiro Mundial.
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