“Se fizesse um jogo seria bom, uma segunda nomeação seria muito boa, o comprimento pleno dos objectivos traçados. O terceiro jogo, independentemente do desempenho, já é uma participação excelente, já excede o expectável desta primeira participação do Olegário, do Bertino (Miranda) e do (José) Cardinal no Mundial”, avançou à Agência Lusa.
Para o presidente da Comissão de Arbitragem da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), a participação do trio luso tem sido de “bom nível”, avançando que Olegário fez “dois jogos com boa qualidade” e com “decisões maioritariamente correctas”.
“A continuidade dele (Olegário) no grupo dos (árbitros) resistentes que chegam até ao final da competição, quer a nomeação para os quartos de final não são surpreendentes”, sublinhou o ex-árbitro, que dirigiu dois jogos no Mundial de 1998 e outros tantos em 2002.
Vítor Pereira não tem dúvidas de que o desempenho de Benquerença nos quartos de final se vai manter “na qualidade dos anteriores”, o que só virá confirmar “o valor intrínseco e médio dos árbitros portugueses, que se podem equiparar aos melhores do mundo”.
“Ficaremos extremamente satisfeitos pela importância que tem para a arbitragem nacional”, reiterou.
O antigo árbitro de Lisboa, que mostrou 21 cartões amarelos e um encarnado nas suas duas participações mundialistas, recorda que a fase dos quartos de final começa a ser “muito triste” com a ida para casa das equipas de árbitros.
“O dia em que o grupo se divide pela segunda vez é muito triste. Por exemplo, na sala das refeições as coisas são mais tristes, as pessoas estão mais caladas, mais nervosas, ansiosas, vive-se mais em trio e não em grupo”, recordou.
No entanto, Vítor Pereira lembrou que para este mundial, os árbitros têm dois psicólogos a acompanhá-los, pelo que a gestão do stress que se começa a fazer sentir com mais intensidade é diferente do que acontecia no seu tempo, quando não havia apoio.
“O stress está mais acumulado, aqueles que forem mais fortes mentalmente têm mais probabilidades de ter sucesso. A minha esperança é que agora os árbitros têm dois psicólogos a acompanhar o seu trabalho e serão parte do suporte para estarem ao melhor nível”, frisou.
Olegário Benquerença é o oitavo árbitro português a entrar na fase final de um Mundial, depois de Vieira da Costa (1954), Joaquim Campos (1958 e 1966), Saldanha Ribeiro (1970), António Garrido (1978, 1982), Carlos Valente (1986, 1990), Vítor Pereira (1998 e 2002) e Carlos Matos (2002).
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