Os clubes ingleses lideraram o mercado das cinco principais ligas europeias de futebol na época 2013/2014, gerando receitas de 3.260 milhões de libras (cerca de 4.400 milhões de euros), revela hoje um estudo da consultora Deloitte.
Nesta recolha de dados referente às cinco principais ligas europeias, a ‘fatia’ inglesa representou cerca de 20 por cento do total do mercado, que ultrapassou os 20.000 milhões de euros.
Um dia depois de a liga inglesa ter anunciado que distribuiu esta época 1.600 milhões de libras (cerca de 2.200 milhões de euros), relativas aos direitos de transmissão televisiva, aos 20 clubes, a Deloitte publicou um estudo global das cinco maiores ligas europeias.
Segundo este estudo, foram precisamente os direitos de transmissão televisiva que valorizaram 48 por cento e contribuíram em cerca de três quartos para o crescimento da Premier League.
A liga alemã é a segunda mais lucrativa dos ‘big 5’, chegando aos 2.300 milhões de euros em 2013/2014, um crescimento de 13 por cento.
A liga espanhola ocupa o terceiro lugar do pódio, com um encaixe de 1.900 milhões de euros, uma valorização de apenas três por cento, uma frágil subida que a Deloitte relaciona com os contratos de comercialização individuais, que “continuam a distorcer o cenário financeiro de ‘La Liga’”.
“Em maio de 2015, o ministro espanhol do desporto anunciou por Decreto Real que a partir de 2016/2017, os direitos do futebol nacional irão ser vendidos de forma coletiva, na esperança que esta medida crie um produto mais organizado e atrativo para potenciais parceiros de transmissão”, refere o estuto da Deloitte.
Em Itália, registou-se também um “aumento marginal” de apenas um por cento numa liga que gerou 1.700 milhões de euros.
“Esta foi mais uma evidência da dependência das receitas dos direitos de transmissão própria do futebol italiano, que, com 59 por cento das receitas cumulativas, representa o maior contributo de uma única fonte de receita entre as cinco principais ligas”, destaca o mesmo documento.
A liga francesa é a quinta nesta contabilidade, com 1.500 milhões de euros, números que significam um crescimento de 15 por cento, o segundo maior das ‘big 5’, impulsionado pelo crescimento de 75 milhões de euros nas receitas do Paris Saint-Germain”.
“Pela primeira vez desde 2006/2007, cada uma das cinco principais ligas reportou um rácio salários/receitas igual ou inferior a 70 por cento e, em média, menos de um terço do aumento da receita em 2013/2014 foi canalizado para salários”, explica o estudo.
Para Adam Bull, consultor da Deloitte, “os Regulamentos de ‘Fair Play’ financeiro da UEFA, juntamente com as medidas de controlo de custos em determinadas ligas europeias, parecem influenciar o modo como os clubes afetam os aumentos das receitas, direcionando-os menos para os gastos salariais”.
“Nas últimas duas épocas, apenas 31 por cento das receitas provenientes do crescimento das cinco principais ligas da Europa foi gasto em salários, enquanto nos dois anos que os precederam era de 61 por cento”, refere Adam Bull.
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