Solna, Suécia, 24 de maio de 2017. Sob as ordens de José Mourinho o Manchester United bate o Ajax por 2-0 na final da Liga Europa e conquista o troféu. Ninguém imaginaria que seria o último conquistado pelos 'red devils' até à data. De facto, desde então, não mais o United voltou a festejar um título e esta será, depois da eliminação da noite de terça-feira às mãos do Atlético de Madrid na Liga dos Campeões, mais uma época 'a zeros'. Será a quinta consecutiva.
A verdade é que o pecúlio, que foi brilhante na primeira década do século XXI, já não o estava a ser há algum tempo. Nos últimos dez anos, o United conquistou apenas três Supertaças de Inglaterra, uma Taça da Liga inglesa e uma Taça de Inglaterra, para além da Liga Europa. Mourinho foi o responsável pela conquista de três desses troféus. Desde a saída do técnico português, a situação só se agravou. E não foi por falta de investimento...
740 milhões para cinco temporadas de 'mãos a abanar'
Neste período de tempo, o clube de Old Trafford não poupou esforços (e dinheiro) na busca de contratações que oferecessem à equipa a qualidade necessária para garantir um regresso aos tempos de glória e rivalizar com City, Liverpool e até Chelsea na luta por troféus.
Muitos jogadores chegaram e o custo dos reforços nos últimos cinco anos ascendeu a 740 milhões. Só no verão passado foram gastos 140 milhões de euros com as chegadas de Jadon Sancho (85 milhões) e Varane (40 milhões) e o regresso de Cristiano Ronaldo (15 milhões). Mas o resultado não podia ter sido mais decepcionante.
A temporada transata, 2020/21, não foi muito diferente. O United investiu aí um total de 83,8 milhões: 39 milhões no neerlandês Van de Beek (que nunca singrou no clube e já foi emprestado), 21,3 milhões em Diallo, 15 milhões na contratação de Alex Telles ao FC Porto e 8,5 milhões para garantir o jovem uruguaio Facundo Pellistri.
Em 19/20 deu-se o maior investimento: nada mais, nada menos do que 234,8 milhões de euros em Harry Maguire (87 milhões), Bruno Fernandes (63 milhões), Wan Bissaka (55 milhões), James (17,8 milhões) e Ighalo (12 milhões. Em 18/19 chegaram Fred (59 milhões), Dalot (22 milhões) e Grant (1,7 milhões), totalizando 82,7 milhões.
Na primeira temporada desta travessia no deserto, 2017/18, o United tinha investido 198,4 milhões nas contratações de Lukaku (84,7), Matic (44,7), Lindelof (35) e Alexis Sanchéz (34).
Vários destes muitos jogadores - grande parte deles contratados por valores significativos - até já deixaram o clube, outros estão cedidos e parte deles nunca se chegou a afirmar-se em Old Trafford. Outros figuram na equipa titular, mas são alvo de fortes críticas por parte de imprensa e adeptos.
Adivinha-se, pois, muito trabalho pela frente para o treinador - seja ele qual for - que suceder ao técnico interino Ralf Rangnick no comando técnico do United, na tentativa de devolver o gigante de Manchester aos tempos de glória que viveu nas décadas de 1990 e 2000.
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