O Manchester United somou a quarta derrota seguida, a terceira consecutiva na Premier League, ao perder em casa com o Newcastle por 2-0, em encontro da 19.ª ronda da prova. O resultado atira a equipa de Ruben Amorim para o 14.º posto com 22 pontos. Os Magpies são 5.ºs com 32 pontos.
Evitar a quarta derrota seguida em todas as provas (terceira na Premier League) era o objetivo principal de Ruben Amorim, nesta época de transição em que o português está a sentir as dores de crescimento na melhor liga do Mundo, numa equipa histórica órfão de troféus e conquistas.
O 0-3 diante do Bournemouth na ronda anterior no Teatro dos Sonhos, transformado em casa dos horrores para o United nos últimos tempos, devia servir de aviso, mas Ruben Amorim assumiu o comando de um grupo sem vontade, sem chama, sem 'sangue nas guerlas'. Apático, sem atitude. Impossível competir assim.
Todos estes adjetivos ficaram bem patentes nos primeiros minutos do jogo diante do Newcastle, de Eddie Howe. Os forasteiros, que vinham de quatro triunfos, três na ‘Premier League’, tiveram um início demolidor.
Logo aos quatro minutos, os Magpies desenharam uma jogada pela esquerda, pelo renascido Anthony Gordon, que centrou para Isak saltar sozinho e desviar de cabeça para o primeiro da noite, o seu 12.º na prova. Maguire foi atraído pelo movimento de um contrário e saiu da sua posição, Lisandro Martinez andou perdido e deixou o sueco cabecear sem oposição, aos quatro minutos.
Era de esperar uma reação dos da casa, até por orgulho mas, puro engano. A equipa, errática em campo, acumulava erros individuais. O meio-campo formado por Eriksen e Casemiro era inexistente, Tonali, Bruno Guimarães e Joelinton dominavam a zona intermédia e deixavam a defesa dos Red Devils em sobressalto.
Aos 19 minutos, o endiabrado Anthony Gordon acelerou pela esquerda, centrou com conta peso e medida para Joelinton que, mais alto que Lisandro Martinez, atirou para o 2-0, novamente de cabeça. Assobios nas bancadas dos adeptos do Manchester United, muito insatisfeitos com o que se passava no relvado.
Ruben Amorim tentou resgatar a equipa, com a troca de Zirkzee por Mainoo, passando para um meio-campo a três, com Eriksen a descair para o flanco direito.
A mexida, aos 33 minutos, chegou dois minutos depois de Tonali ter atirado ao poste, num remate na pequena área, após mais uma bela jogada pelo meio, nascido numa perda de bola de Casemiro. O italiano tinha tudo para marcar.
Nos descontos do primeiro tempo, o internacional brasileiro podia ter reduzido após erro do helvético Fabian Schar, mas o remate não acertou com o alvo.
Era preciso um grito de revolta no balneário, algo que Ruben Amorim deve ter dado já que o Manchester United voltou com outra disposição: mais intenso nos duelos, mais assertivo, com mais vontade. Ao menos agora havia algo com que lutar. O Newcastle aguentou as investidas, tentando sempre ferir os Red Devils em contra-ataque, com Gordon e Isak.
Essa reação inicial esbarrou nos ferros quando, aos 60 minutos, Maguire atirou ao poste, num golpe de cabeça.
Amorim tentou algo diferente, apostando mais no ataque com Garnacho e Anthony, dois alas, além de ter refrescado a zona defensiva com Leny Yoro no posto de Lisandro Martinez e Casemiro.
A melhoria de vontade em fazer algo diferente no segundo tempo não chegou para o Manchester United evitar a quarta derrota seguida na Liga Inglesa, após os desaires com Bournemouth, Wolves e Tottenham.
Diogo Dalot foi o único português em campo, face ao castigo de Bruno Fernandes, expulso diante do Wolves.
Amorim soma a sexta derrota em 11 jogos no United. Esta foi também a quarta derrota consecutiva em todas as competições, a terceira da Liga inglesa, todas sem golos marcados, e também a terceira de ‘rajada’ em casa, registos que não se viam há ‘milénios’ em Old Trafford.
Após a 19.ª ronda, o Manchester United manteve os 22 pontos, enquanto o Newcastle passou a somar 29, isolando-se no quinto lugar, a três pontos do Chelsea, que caiu para quarto, ao perder por 2-0 no reduto do ‘aflito’ Ipswich.
Liam Delap, aos 12 minutos, de grande penalidade, e Omari Hutchinson, aos 53, na conclusão de um contra-ataque, selaram o triunfo dos anfitriões, que subiram do 19.º para o 18.º posto, com 15 pontos, ainda abaixo da ‘linha de água’.
Na formação londrina, que somou a segunda derrota seguida na prova e o terceiro jogo sem ganhar, João Félix foi titular, saindo aos 55 minutos, depois de ver um golo ser anulado por fora de jogo, enquanto Pedro Neto entrou aos 77.
No outro encontro do dia, o Aston Vila (nono, com 29 pontos) empatou a dois golos na receção ao Brighton (10.º, com 27), num duelo que as duas equipas lideraram e no qual a equipa da casa pagou cara as muitas falhas na finalização.
O marfinense Simon Adingra adiantou os forasteiros, aos 12 minutos, Ollie Watkins, aos 36, de penálti, e Morgan Rogers, aos 47, selaram a reviravolta, mas a última ‘palavra’ foi do ganês Tariq Lamptey, que estabeleceu o 2-2 final aos 81.
*Artigo atualizado às 22h37 com os restantes jogos da noite.
Comentários