A I Liga inglesa de futebol retirou hoje ao proprietário russo Roman Abramovich o cargo de dirigente do Chelsea, referindo que a decisão “não tem impacto” na capacidade do clube de treinar e disputar as suas partidas.
“Na sequência das sanções impostas pelo governo britânico, a direção da Premier League desqualificou Roman Abramovich de diretor do Chelsea Football clube”, refere a I Liga inglesa em comunicado.
Segundo o documento, esta decisão “não vai ter impacto” na capacidade do clube em treinar e jogar as suas partidas, de acordo com “os termos da licença concedida (ao clube) pelo governo e que expira em 31 de maio de 2022”.
Na quinta-feira, o governo britânico anunciou novas sanções contra vários empresários russos, incluindo Roman Abramovich, proprietário do Chelsea desde 2003 e cujos bens estão congelados.
O Chelsea está impedido de vender bilhetes para jogos, negociar jogadores e o processo da sua venda foi suspenso por causa das sanções impostas a Roman Abramovich.
Abramovich tinha anunciado no início do mês que iria vender o clube campeão da Europa e do mundo de futebol, “devido à atual situação”, em que a Rússia invadiu a Ucrânia, prometendo reverter os lucros para as vítimas do conflito.
Roman Abramovich, de 55 anos, tem participações na metalúrgica Evraz, na Norilsk Nickel e é dono do Chelsea FC desde 2003. O visto de investidor no Reino Unido do russo expirou em 2018, ano em que obteve a nacionalidade israelita.
Em 2021 Abramovich tornou-se cidadão português através da lei que beneficia os descendentes de judeus sefarditas expulsos no final do século XV.
O rabino e líder da comunidade judaica do Porto, Daniel Litvak, foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) na quinta-feira, no âmbito de uma investigação a alegadas ilegalidades na emissão de certificados de nacionalidade para judeus sefarditas.
Esta detenção ocorre numa altura em que o Ministério Público está a investigar a atribuição da nacionalidade portuguesa a Abramovich.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 564 mortos e mais de 982 feridos entre a população civil e provocou a fuga de cerca de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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