A Liga inglesa de futebol arranca este sábado, com Manchester United e Manchester City a partirem na ‘pole position' para sucederem ao surpreendente campeão em título Leicester City, mas a terem de fazer face a um trio londrino.
Depois de uma época em que não conseguiram alcançar o principal objetivo - no caso dos ‘red devils' nem a presença na Liga dos Campeões - os dois rivais de Manchester regressam com ambições renovadas, alicerçadas, sobretudo, na contratação de José Mourinho e Pep Guardiola, dois dos treinadores mais titulados do mundo, aos quais se juntaram futebolistas de inegável capacidade, que levaram a algumas ‘loucuras' neste defeso.
Em Old Trafford, o português Mourinho, que procura o quarto título de campeão inglês do seu currículo, sucedeu ao holandês Louis van Gaal, o que, por si só, trouxe nova ‘vida' ao emblema inglês, que abriu a temporada com a conquista da Supertaça, diante do Leicester (2-1), e logo com o golo decisivo a ser apontado por um reforço de ‘peso': Zlatan Ibrahimovic.
A caminho dos 35 anos, o avançado sueco terminou contrato com o Paris Saint-Germain e perfila-se como uma das principais figuras da 25.ª edição da ‘Premier League', a par do médio internacional francês Paul Pogba, por quem o Manchester United desembolsou uns ‘astronómicos' 105 milhões de euros (ME), depois de já ter gasto verbas assinaláveis com Bailly (38ME) e Mkhitaryan (42ME).
Contudo, a poucos quilómetros de Old Trafford, o Manchester City não se resignou com o quarto posto da temporada transata e procura recuperar o ‘trono' sob a liderança de Pep Guardiola, técnico que venceu seis dos últimos sete campeonatos que disputou (três pelo FC Barcelona e três pelo Bayern de Munique).
O catalão chega ao Ettihad com a ‘aura' de vencedor nato, não se coibindo de contratar nomes que possam transportar as suas ideias para o terreno de jogo, como são os casos do médio Gundogan (27ME), o avançado ex-Benfica Nolito (18ME), o prodígio alemão Leroy Sané (50ME) e o central John Stones (55ME).
Apesar de ser o campeão em título, o Leicester City, que há poucos meses vivia um autêntico ‘conto de fadas', parece correr por trás destes dois ‘gigantes', não só devido ao poder (desportivo e financeiro) da concorrência, mas também pela participação na Liga dos Campeões, que obrigará a um desgaste adicional numa equipa pouco habituada a estas ‘andanças'.
Ainda assim, os ‘foxes', orientados pelo experiente Claudio Ranieri, deram boa conta de si no encontro da Supertaça de Inglaterra e, até ao momento, não perderam as referências Jamie Vardy e Mahrez, ao contrário de Kanté, que rumou ao Chelsea.
Agora sob o comando do italiano Antonio Conte, os ‘blues', que vêm da pior época dos últimos 20 anos (10.º lugar), têm sido contidos no ataque ao mercado, mas seguraram o belga Hazard - que surgiu num patamar elevado no Euro2016, depois do ‘apagão' que teve na Liga anterior - e, sem o desgaste semanal das competições europeias, poderão aproveitar para se reaproximarem do topo do futebol inglês.
Sem conquistar o título há 12 anos, o Arsenal, segundo colocado em 2015/16, arranca com o francês Arsène Wenger ao leme pela 21.ª época consecutiva. Embora sendo crónicos candidatos ao cetro, os ‘gunners' voltaram a ficar longe de satisfazer os anseios do adeptos neste ‘mercado', os quais tiveram de se ‘contentar' com o suíço Granit Xhaka, depois dos rumores que colocaram Higuaín, Benzema ou Icardi a caminho dos londrinos.
Ainda na capital inglesa, o Tottenham pode partir com expetativas elevadas para 2016/17, uma vez que manteve não só o técnico Mauricio Pochettino, mas também o ‘onze' base que alcançou o terceiro lugar da última edição, no qual se incluem Lloris, Delle Ali, Lamela, Eriksen ou Harry Kane.
Mais longe desta luta a seis surge, aparentemente, o histórico Liverpool, ainda à procura do primeiro troféu desde 1990. Tal como o Chelsea, os ‘reds', do carismático Jurgen Klopp, também poderão tirar benefícios da ausência da Europa, tendo juntado os reforços Wijnaldum e Sadio Mané aos ‘consagrados' Coutinho e Sturridge.
Quanto aos emblemas que vão atuar na Liga Europa, o Southampton, dos portugueses e campeões europeus Cédric e José Fonte, perdeu o técnico Ronald Koeman (para o Everton), bem como os futebolistas Pellè, Wanyama e Mané, enquanto o West Ham, treinado por Slaven Bilic, ‘segurou' a imprevisibilidade de Dimitri Payet, um dos destaques no Euro2016, e vai atuar num novo estádio, o Olímpico de Londres.
Já o Everton, perdeu o central John Stones para o Manchester City, mas ‘recheou' os ‘cofres' com 55ME, enquanto o belga Lukaku poderá estar de saída para um emblema com outras ambições, o que poderá ser um ‘rombo' nas aspirações europeias dos ‘toffees'.
Entre os recém-promovidos, o Middlesbrough, que está de regresso ao escalão principal, depois de sete anos nas divisões inferiores, tem boas perspetivas de manutenção, com um plantel no qual se destacam os espanhóis Victor Valdés e Álvaro Negredo, além do dinamarquês Viktor Fischer e o uruguaio Gastón Ramírez.
Por seu lado, o Burnley, que venceu o Championship (equivalente à II Liga portuguesa), e o Hull City terão de contrariar a história recente e ‘lutar pela vida', sendo que os ‘tigers' perderam mesmo o treinador Steve Bruce a poucas semanas do arranque da Liga inglesa.
A ‘Premier League' 2016/17 arranca no sábado, com a receção do Hull City ao campeão Leicester, a partir das 12:30, numa primeira jornada que irá fechar na segunda-feira, com o dérbi londrino entre Chelsea e West Ham.
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