"15 minutos à Benfica" é uma expressão que ouvimos entre os adeptos encarnados e que se ficou a dever no passado à intensidade que a equipa da Luz apresentava neste espaço temporal e que se traduzia em golos.
Ora é uma expressão que encaixa na perfeição face ao futebol apresentado pela equipa de Jorge Jesus perante o Arouca e que resultou numa vitória por 4-0, com golos Talisca (75'), Derley (80'), Salvio (83') e Jonas (88').
O Benfica estava na ressaca de uma derrota em Leverkusen, e Jorge Jesus afastava uma possível falta de confiança para este jogo, afirmando que um líder de campeonato nunca poderia passar por isso.
Mas a verdade é que passou, e essa falta de confiança e ansiedade durou perto de 60 minutos. É verdade que Lisandro López era titular pela primeira vez ao lado de Luisão, em jogos oficiais, é verdade que Enzo não estava no meio campo, e que Gaitán jogava em esforço. Mas isso serve para justificar a apatia mostrada perante o Arouca, principalmente na primeira parte?
Mérito para a equipa de Pedro Emanuel que mostrou boa organização defensiva, saídas rápidas para o ataque de qualidade e só não conseguiu mais, porque Artur apresentou a tranquilidade de outros tempos para resolver os lances que lhe apareciam pela frente.
Se na baliza brilhava o brasileiro, uns metros mais à frente cintilava um compatriota: Talisca. Foi sempre ele o mais inconformado, nos momentos em que a equipa não conseguia chegar lá à frente com perigo. O jovem de 20 anos rematava de fora da área e procurava combinações com os seus colegas.
E foi dos seus pés que saiu o pontapé que deitou a muralha do castelo de Pedro Emanuel abaixo. A partir dos 60 minutos, o Benfica já apertava o cerco para tomar de assalto a fortificação advesária, mas foi com o golo de Talisca, aos 75', que tudo se tornou mais fácil.
A partir daí, ruiu o equilíbrio do Arouca, que já não conseguia sair com a bola controlada, e apareceram os tais "15 minutos à Benfica" que deram outra cor e expressão ao resultado.
Derley à boca da baliza fez o 2-0, depois foi Salvio, à ponta de lança, a marcar de cabeça, e por fim Jonas, que se estreou por lesão de Lima na primeira parte, fechou as contas do jogo.
E falando de estreias, também é tempo de as analisar. Lisandro López revelou algum nervosismo, que Eliseu foi tentando disfarçar ao longo do jogo, Jonas mostrou que o seu toque de bola não engana, e marcar um golo num primeiro jogo é um bom augúrio, já Pizzi entrou nos minutos finais e apenas participou na festa, quando tudo já estava resolvido.
O Benfica segue líder, Jorge Jesus saiu feliz com a segunda parte, e Pedro Emanuel frustrado por um resultado demasiado cruel.
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