O campeão não tremeu! A depender apenas de si próprio para assegurar o bicampeonato, o Sporting venceu no José Alvalade o V. Guimarães por 2-0. Os golos dos verdes e brancos foram apontados por Pedro Gonçalves e Viktor Gyokeres.

Dar espectáculo ou conseguir o que é mais importante! O empate na Luz dava a possibilidade ao Sporting de carimbar o título em casa. “Dúvidas não há nem pode haver”, dizia-nos um dos adeptos junto à roulotes, local de romaria para sócios e os simpatizantes do Sporting que aqueciam as vozes antes do jogo decisivo.

Os verdes e brancos tinham a 'faca e o queijo na mão' para assegurarem o bicampeonato que fugia aos leões há sete décadas. Para o jogo do título, decisivo para as contas finais, a única má notícia para Rui Borges era a ausência de Morten Hjulmand: jogador de outro mundo dentro de campo, líder de balneário, e superlativo no jogo com e sem bola. Morita era o homem escolhido para render o dinamarquês, juntando-se a Debast no meio campo.

Do outro lado estava a equipa de Luís Freire também obrigada a pelo menos igualar o resultado do Santa Clara para garantir o quinto lugar. Estes jogos, já se sabe, são de coração na boca. Mesmo o mais 'frio' dos jogadores pode sentir a importância do momento.

O Sporting começou nervoso com bola, os passes saíam com dificuldade e os leões não demonstravam arte nem engenho para canalizar o jogo entrelinhas. Geny deu o primeiro aviso. Descaído no lado direito, disparou ao lado na baliza.

O controlo de bola era claro e evidente para a equipa de Rui Borges, mas não havia clarividência no momento da construção. A equipa revelava-se lenta na organização ofensiva. Ainda que no relvado o jogo se explanasse de forma algo atabalhoada, os verdes e brancos iam somando aproximações à baliza de Varela, contendo ao mesmo tempo os intentos do adversário. Inácio criou perigo num cabeceamento de Gonçalo Inácio que deu sensação de golo a quem se encontrava no estádio. Gyokeres apareceu pela primeira vez no jogo ao minuto 16. Iniciativa de Geny e o sueco finalizou de carrinho ao lado da baliza de Varela.

No centro da defesa, a equipa ressentia-se. Rui Borges era obrigado a trocar o lesionado Diomande por St. Juste. Em Alvalade, ouvia-se a primeira explosão da noite. Com os adeptos à escuta em relação ao que se passava em Braga, o golo de Zalazar era a boa nova que chegava da cidade minhota. À passagem da meia hora, o Sporting criou a primeira oportunidade de golo. Recuperação de bola em zona adiantada, Gyokeres disparou e Varela fechou os caminhos da baliza.

Pouco inspirados, os leões não se encolhiam na tentativa de abrirem o marcador. Trincão colocou à prova Varela num pontapé de meia distância. O Vitória, tímido na hora de atacar, tentava fazer pela vida. Nélson Oliveira disparou à meia volta, sem perigo para Rui Silva que era praticamente um espectador em campo.  Até ao final da primeira parte, os leões criaram mais duas situações: Debast tirou um cruzamento da cartola, Morita cabeceou pela primeira vez, e depois foi Maxi Araújo a tentar alvejar a baliza na segunda tentativa, mas estava lá Varela.

O domínio haveria de traduzir-se em golos no segundo tempo. Afinal de contas, não era preciso jogar bem, mas sim concretizar as oportunidades que dariam outro tipo de tranquilidade à equipa da casa.

O Sporting precisa que os seus líderes aparecessem no segundo tempo. E ao minuto 55 chegou o momento pela qual os adeptos aguardavam. O Pedro, o Pote, o jogador que tanta falta fez aos leões em vários momentos da época, apareceu para abrir as contas. Debast colocou em Maxi Araújo na esquerda, o uruguaio deixou para o remate na passada e fez o primeiro da partida, num remate em arco.

O golo teve o condão de acalmar a equipa. O futebol não era bonito, mas o mais difícil estava feito. Falta o golo do homem do costume. O recém-entrado Quenda pegou na bola, deixou em Maxi, o esférico é adocicado por Gyokeres que tirou Varela do caminho e fazia o segundo do jogo.

As bancadas explodiam de euforia, o título estava cada vez mais perto. Gritava-se 'bicampeão' nas bancadas, algo que fugia há tanto tempo às cores leoninas.

Estava assegurado o 21.º título de campeão nacional. Agora é hora para festejar para todos os adeptos dos leões espalhados por Portugal e pelo mundo.