O Benfica chegou hoje ao 36.º título nacional de futebol na sua história, o primeiro ‘tetra’, numa época em que cedo agarrou a liderança e, quando a teve em risco, contou com o desaproveitamento do rival FC Porto.
Com três crónicos candidatos ao título, Benfica, FC Porto e Sporting, a I Liga 2016/17 embalou com triunfos do trio: as ‘águias’ em Tondela (2-0), os ‘dragões’ em Vila do Conde (3-1) e os ‘leões’ em casa com o Marítimo (2-0).
Com um clássico entre Sporting e FC Porto marcado para a terceira jornada (vitória dos ‘leões’, por 2-1), foi o Benfica o primeiro a tropeçar, ainda à segunda ronda, quando a equipa de Rui Vitória acabou travada na Luz pelo Vitória de Setúbal (1-1).
Os primeiros jogos do campeonato lançaram o Sporting para uma liderança breve na I Liga, mas uma derrota em casa do Rio Ave (3-1), ao quinto jogo, abriu caminho ao Benfica, que não mais largou a liderança.
Da quinta à 33.ª jornada o Benfica olhou sempre para baixo com maior (chegou a ter seis pontos) ou menor folga (de um ponto), mantendo Sporting e FC Porto à distância, mas com os ‘leões’ durante menos tempo.
O empate com os sadinos não impediu que o Benfica embalasse para a sua melhor série de triunfos consecutivos, sete, de final de agosto a final de outubro (com Nacional, Arouca, Braga, Chaves, Feirense, Belenenses e Paços de Ferreira).
Uma fase que permitiu ao clube da Luz chegar a ter cinco pontos de vantagem para o FC Porto, precisamente antes de visita ao ‘Dragão’, onde, à 10.ª jornada, deixou tudo na mesma – face a um empate a 1-1, com um golo de Lisandro López já nos descontos.
As muitas ausências no primeiro terço de campeonato de jogadores influentes (Ederson, Grimaldo, Fejsa, Jonas, Rafa, entre outros) não foi obstáculo a um percurso mais ou menos seguro, embora a transição do ano tenha sido a fase mais penosa.
Foi aí, primeiro com a derrota com o Marítimo (2-1), no início de dezembro e, depois, com a derrota em Setúbal (1-0) e o empate na Luz com o Boavista (3-3), em janeiro, que o Benfica permitiu uma perigosa proximidade do FC Porto, a um ponto, à 19.ª jornada.
Uma diferença que se manteve até à 28.ª jornada, nos meses de fevereiro, março e parte de abril, mas, quando as ‘águias’ fraquejaram, os ‘dragões’ não foram capazes de fazer melhor, muito pelo contrário.
Um momento crucial ocorreu à 26.ª jornada, com a grande oportunidade de os portistas passarem para a frente, face a um empate do Benfica em Paços de Ferreira (0-0), mas, no dia seguinte, em casa, o rival foi travado pelo Vitória de Setúbal (1-1).
O Benfica não só manteve essa distância mínima até à 28.ª ronda, como a conseguiu dilatar nas jornadas seguintes, primeiro com o empate portista em Braga (1-1) e depois na receção ao Feirense (0-0), também um dia depois de os ‘encarnados’ empatarem em Alvalade (1-1).
Na fase final do campeonato, ainda taco-a-taco, teve o golpe quase fatal para o Dragão na antepenúltima ronda, com a perda de pontos na visita ao Marítimo (1-1) e, uma vez mais, em contraste com a vitória pela margem mínima do Benfica no terreno do Rio Ave (1-0).
Foi o balão de oxigénio que a equipa de Rui Vitória precisava a duas jornadas do final, em que passou a ter margem para errar e ainda assim conquistar o primeiro tetra da sua história, hoje em casa com o Vitória de Guimarães.
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