
O Benfica deu um pontapé na crise de resultados com ajuda grega e venceu o Gil Vicente por 2-1, na sétima jornada da I Liga. O resultado permitiu mais três pontos para a contagem encarnada, mas ainda não foi desta que os encarandos conseguiram brilhar ao nível da exibição. O marcador é muito mais feliz do que se fazia prever olhando para o que foi a partida, mas a eficácia permitiu que o Benfica respirasse de alívio.
Do outro lado, o Gil Vicente sai da Luz com a sensação de que a derrota é amarga, tendo em conta a superioridade e nível de jogo apresentado ao longo dos 90 minutos. Apesar de mostrar algumas inconsistências, a formação liderada por Gil Vicente comprovou o bom arranque na liga e manteve-se olhos nos olhos até ao apito final.
É de destacar o bom jogo proporcionado pelas duas equipas, que permitiram que houvesse um pouco de tudo: muita intensidade, três golos, um penálti, um golo anulado, duas bolas à barra e uma expulsão.
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Mudanças táticas, poucas soluções e resultado melhor do que exibição
Aursnes assumiu o lugar de Enzo Barrenechea como 6, mas foi tendo pouca bola e não contribuiu para a construção. Sudakov e Ríos foram os interiores, enquanto Lukebakio e Schjelderup assumiram as alas à procura da profundidade e criatividade. Ivanovic esteve no banco e Pavlidis foi a figura mais adiantada.
Em contrapartida, o Gil Vicente apresentou-se com muita competência e organização, pressão alta e transições rápidas. Os visitantes realizaram uma boa primeira parte, digna do começo de época que tem feito. Entraram muito fortes na partida, pressionantes e destemidos. Ao longo dos primeiros 45 minutos foram criando sérias dificuldades aos encarnados.
Logo ao primeiro minuto colocaram Trubin à prova, tal como aos 11 minutos. A posse encarnada era inexistente e os gilistas aproveitaram para sufocar, conseguindo chegar ao golo na sequência de um livre direto após falta de António Silva perto da grande área. Luís Esteves mostrou-se à Luz e brilhou com um belo remate colocado. Fica a dúvida se existiu uma falta do Gil Vicente no começo da jogada, o árbitro não considerou.
Ainda assim, o Benfica não deixou de ir a jogo e reagiu de forma razoável e paciente. Não esteve muito tempo em desvantagem com o empate de Pavlidis aos 18', depois de uma jogada de insistência e um remate rasteiro.
No embalo do 1-1, os encarnados aproveitaram a pressão alta gilista, recuaram linhas e apostaram nas transições rápidas nas costas dos defesas adversários. Foi assim que surgiu o 2-1. Otamendi descobriu Lukebakio, que foi 'ensanduichado' por dois defesas e Pavlidis teve a oportunidade de bisar com um penálti concretizado.
No segundo tempo, o arranque forte voltou a ser do Gil Vicente que chegou a colocar a bola no fundo das redes, mas estava em fora de jogo. Tiveram duas bolas à barra, o que moralizou os encarnados com o resultado a sorrir-lhes. A partir daí, o Benfica ficou mais conservador, baixou a intensidade e procurou o golo com contenção. As mexidas de Mourinho trouxeram estabilidade, apesar de ter existido alguma inquietação na reta final com mais ofensivas visitantes.
A figura: Pontaria e frieza do grego valeu 3 pontos
Pavlidis foi a figura da partida com dois golos que permitiram a reviravolta e que comprovaram que o grego é o avançado titular dos encarnados. Com a chegada de Ivanovic, o ponta de lança foi posto à prova e algumas dúvidas se instalaram quanto a eventuais mudanças de posicionamento.
Contudo, Ivanovic regressou ao banco e Pavlidis mostrou-se com faro de golo, bem como frieza para tirar qualquer dúvida.
Outros destaques
Trubin: O guarda-redes podia ter sido considerado o melhor em campo dada a sua importância ao longo dos 90 minutos e o muito trabalho que teve. Ao contrário de outras partidas, o ucraniano esteve sempre seguro e foram sete as defesas importantes que travaram o golo visitante. Trubin foi o guardião do resultado e uma das peças fundamentais nesta partida.
Lukebakio: O internacional belga foi um dos mais ativos no Benfica durante os primeiros 45 minutos com várias iniciativas, remates cruzados ou variações para o meio que ameaçaram o golo. O único ponto menos positivo da estreia a titular foi a ineficácia.
Luís Esteves: Com classe, voltou a assinalar uma boa exibição pelo Gil Vicente. O reforço dos gilistas para esta época chegou a custo zero e deverá tornar-se valioso ao longo do campeonato. O golo de livre direto foi um dos melhores momentos da partida, onde pôde brilhar.
Pablo: O avançado chegou a colocar a bola no fundo das redes, mas estava em fora de jogo no lance e não pôde festejar o quinto golo na I Liga. Para além disso, foi sempre travado por Trubin, que estava numa noite inspirada.
Reações
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