Foi um Benfica de duas caras aquele que se apresentou esta sexta-feira no Bessa: dominou na primeira parte, com dois golos marcados e outros tantos anulados, e depois do intervalo começou a pensar no jogo europeu frente ao Ajax, entregou a bola ao Boavista e deixou-se empatar, acabando assobiado pelos seus adeptos. Os axadrezados contornaram a razia no eixo defensivo e aproveitaram o 'desaparecimento' em campo dos encarnados para conseguir outro resultado, chegando a ameaçar a remontada.
No final, deu empate e o Benfica pode ficar de novo a seis pontos do Sporting e a 12 do FC Porto, caso os rivais vençam no próximo domingo.
Veja o resumo
O que parecia uma noite tranquila...
Taarabt foi a única novidade no onze do Benfica, enquanto Petit teve de voltar a improvisar a composição do trio de defesas centrais 'axadrezado', apostando em Javi García e Tiago Ilori para as vagas dos castigados Jackson Porozo e Rodrigo Abascal.
A estratégia boavisteira complicou-se ainda mais com a saída por lesão de Ilori, aos 18 minutos, que o Benfica soube aproveitar da melhor forma. Rafa, um dos mais ativos na ala direita, beneficiou de uma maior liberdade de movimentos para servir de calcanhar Taarabt (21'), que bateu Bracali com um disparo de fora da área. O marroquino não marcava há mais de dois anos, convém dizer.
Os encarnados chegavam com frequência ao último terço e o 2-0 surgiu com naturalidade, numa jogada iniciada e concluída por Grimaldo. O espanhol lançou Darwin na profundidade, este cruzou para Rafa que atirou para a defesa de Bracali, mas Grimaldo apareceu para a recarga e colocou a bola no fundo da baliza.
Com duas jogadas coletivas bem executadas, o Benfica justificava a vantagem no Bessa e até ao intervalo ainda teve mais dois golos anulados por fora de jogo. Pelo meio, Weigl e Otamendi viram o quinto amarelo, que os tira da receção ao Vitória de Guimarães na próxima ronda. Uma pequena contrariedade no que parecia ser uma noite tranquila para as 'águias'.
No entanto, à falta de xeque-mate do adversário, o Boavista entrou revigorado para a segunda parte e as aproximações à baliza de Vlachodimos tornaram-se uma constante. O Benfica limitava-se a gerir o esforço e Nélson Veríssimo comprometeu ainda mais ao tirar Everton e Taarabt, que estava a ser o melhor em campo.
Coincidência ou não, os axadrezados reduziram logo a seguir. Aos 74' Sauer recebeu na direita, tabelou com Musa e depois, em zona mais interior e de fora da área, atirou rasteiro para o 1-2. Houve ainda uma bola enviada ao ferro por Hamache até que aos 80', depois de um lançamento lateral rápido, Gorré invadiu a área pela esquerda e tocou para trás, onde surgiu o disparo de Makouta ao ângulo.
Até ao apito final, foi o Boavista a estar mais próximo do terceiro golo. Hamache, na cobrança de um livre, e Musa, num remate por cima, poderiam ter completado a reviravolta, o que é ainda mais revelador da passividade do Benfica. A poucos dias da receção ao Ajax, para a Liga dos Campeões, os adeptos encarnados têm motivos para temerem o pior.
O momento
Makouta faz o 2-2 final: Um prémio merecido pela excelente segunda parte do Boavista. A dez minutos do fim, depois de um grande trabalho de Gorré pela esquerda, uma bomba do franco-congolês restabeleceu a igualdade no Bessa. A partir daí, houve aplausos para os homens da casa e assobios para os visitantes.
O melhor
Gustavo Sauer: Não começou da melhor forma, face ao domínio benfiquista, mas foi crescendo no jogo e tornou-se um dos impulsionadores da recuperação do Boavista, coroada com um golo a 15 minutos do fim.
O pior
Apagão do Benfica: Excesso de confiança ou distração com a jornada europeia? Nada justifica a quebra abrupta de rendimento dos 'encarnados' na segunda parte e a incapacidade de resposta perante a pressão do Boavista. Para piorar, Nélson Veríssimo não soube mexer na equipa.
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