O Sporting foi à Amoreira vencer o Estoril-Praia por 0-1. Depois de uma semana de festa pela conquista do título de campeão nacional, as celebrações rumaram ao António Coimbra da Mota, onde a onda verde fez sentir todo o seu entusiasmo antes, durante e após o jogo.

Dentro das quatro linhas já não havia nada a decidir para nenhuma das equipas, um cenário que proporcionou uma primeira parte de baixa intensidade e pouca inspiração de ambas as equipas. Foi preciso Amorim mexer no primeiros minutos do segundo tempo para que o encontro, até ali ligado à máquina, ganhasse finalmente vida e o Sporting conseguisse ser realmente ameaçador e chegasse ao golo.

O remate certeiro de Paulinho aos 81 minutos levou os leões à sua 28ª vitória e aos 87 pontos, estabelecendo assim um novo recorde do clube na Primeira Liga, e mantendo o clima de festa para os lados de Alvalade.

O jogo: Quando não há rendimento é preciso ir ao banco

A partida da Amoreira teve o condão de começar ainda antes do apito inicial. Entre o aquecimento e a entrada em campo, os estorilistas terão sido informados do empate do Portimonense, resultado que lhes garantiu logo aí a manutenção, 'tirando' assim um dos principais pontos de interesse ao encontro.

Depois da festa de domingo no Marquês, Rúben Amorim não fez muitas mudanças na equipa. Tal como prometera, o treinador do Sporting queria ganhar e fez apenas quatro mudanças em relação ao jogo com o Portimonense. Diogo Pinto, Matheus Nunes, Morita e Bragança substituíram Franco Israel, Nuno Santos, Hjulmand e Paulinho; já Vasco Seabra mudou duas peças no xadrez, fazendo alinhar de início Michel no lugar de Mateus Fernandes e Guitane em vez de Fabrício Garcia.

Após uma merecida guarda de honra feita pelos estorilistas aos novos campeões nacionais, a primeira parte desenrolou-se tal e qual se esperava entre duas equipas já com as respetivas situações definidas no campeonato. Tal não pressupõe pouca intensidade e ritmo de jogo, contudo, e mesmo apesar das duas formações tentarem mostrar a sua habitual postura competitiva, a inspiração nunca esteve lá.

O Sporting controlou o jogo desde o apito inicial, perante um Estoril compacto e à procura do erro para rápidas transições; todavia, os leões simplesmente não conseguiam penetrar o muro amarelo montado por Vasco Seabra e ameaçar Carné.

Durante os primeiros 45 minutos o espetáculo esteve totalmente reservado às bancadas onde mais de 5 mil adeptos, na sua maioria do Sporting, faziam a festa e aplaudiam...os suplentes que se iam revezando no aquecimento. Não que os jogadores em campo não merecessem, apenas não havia o mínimo ponto de interesse, como se o jogo não passasse de uma mera formalidade.

A exceção surgiu mesmo em cima do intervalo com a melhor (e única) oportunidade de golo da primeira parte, e que, curiosamente, pertenceu ao Estoril; Rodrigo Gomes foi lançado na esquerda e, já dentro da área, rematou com estrondo ao poste da baliza de Diogo Pinto.

Perante tamanha letargia, e vendo que a segunda parte ia pelo mesmo caminho, Rúben Amorim fez entrar Paulinho e Nuno Santos para os lugares de Daniel Bragança e Matheus Reis, recuando assim Pedro Gonçalves para o meio-campo. As alterações tiveram o efeito desejado, e os leões mostravam agora maior acutilância ofensiva graças à agressividade de Nuno Santos e à presença de Paulinho mais perto do muito marcado Viktor Gyokeres.

Este despertar começou a materializar-se em oportunidades de golo; Esgaio deu o mote com um remate à entrada da área que obrigou Marcelo Carné a sacudir, e pouco depois o guardião brasileiro teve mais dificuldades para travar o tiro de Gyokeres. Mais uns minutos e foi Francisco Trincão a obrigar o guardião estorilista a trabalhos forçados.

O Estoril só muito raramente conseguia sair para o ataque, e quase sempre através da velocidade de Rodrigo Gomes, que também voltou a ameaçar com um remate cruzado que saiu ligeiramente por cima. Contudo a supremacia leonina, agora assistida por reais oportunidades, acabou por se concretizar no marcador.

Contrariamente ao que acontecera durante todo o jogo, o golo dos leões surgiu através de uma rápida transição ofensiva, conduzida por Gyokeres que serviu Nuno Santos vindo de trás; o ala levantou a cabeça e cruzou para o segundo poste, onde surgiu Paulinho que, precisamente no dia do quarto aniversário do golo do título que marcou ao Boavista em 2021, voltou a ser decisivo e desfez o nulo no marcador.

São agora 28 os triunfos no campeonato, e 87 os pontos somados até ao momento; registos que estabelecem novos recordes em Alvalade, e que ultrapassam as marcas do Sporting de 2015/2016, condimentados com o sabor intenso que tem a conquista do título de campeão nacional.

Momento do jogo: Aceleração e celebração

Corria o minuto 81 e o Sporting continuava a carregar em busca do golo. Depois de largos minutos em ataque posicional, os leões aproveitaram o raro espaço dado pelos estorilistas para lançar uma rápida transição através de Gyokeres. O sueco arrancou pela esquerda e serviu Nuno Santos que cruzou para o segundo poste onde surgiu Paulinho para fazer o primeiro e único golo do jogo.

O melhor: Nota 20 para o '20'

Num jogo marcado por tão pouca inspiração na hora de atacar, é difícil não destacar o autor do único golo do jogo. Depois de uma primeira parte onde o Sporting se mostrou pouco incisivo em termos ofensivos, as entradas de Paulinho e Nuno Santos deram outro elam aos leões. Não terá sido por acaso que os dois tenham participado diretamente no lance do golo.

O avançado esteve em destaque ao marcar pelo segundo jogo consecutivo, desta feita um golo que acabou por significar mais três pontos, assim como a queda de dois recordes.

O pior: Canário com pouca bicada

Perante um Sporting que procurou impor o seu jogo como habitualmente, isto apesar de já estar com o título no bolso, o Estoril muito raramente conseguiu importunar a defesa leonina, e o jovem guarda-redes Diogo Pinto.

O trio ofensivo formado por Guitane, João Marques e Cassiano não causou quaisquer problemas à equipa de Alvalade ao longo do jogo, compondo assim uma frente de ataque que, no fundo, nunca o foi.

Com efeito, os lances de perigo causados pela equipa da Linha saíram todos dos pés do ala Rodrigo Gomes, o melhor dos estorilistas na partida.

O que disseram os treinadores

Vasco Seabra, treinador do Estoril

Rúben Amorim, treinador do Sporting

Veja o resumo do jogo