O ano de 2025 continua a ser muito castigador para os adeptos do FC Porto. A equipa azul e branca ainda não venceu neste novo ano depois de, no domingo, ter empatado a uma bola com o Santa Clara, na 19.ª jornada da I Liga de futebol.
Um empate que vem confirmar o estado de calamidade nas hostes portistas, clube que despediu Vítor Bruno e prepara-se para apresentar Martin Anselmi, técnico argentino que assistiu o jogo das bancadas do Dragão.
Os azuis e brancos podiam isolar-se no 2.º lugar após a derrota do Benfica no sábado, mas acabaram por perder dois pontos, igualar os encarnados no segundo posto e ver o Sporting disparar na liderança, com seis pontos de vantagem.
FOTOS: O FC Porto-Santa Clara em imagens
O Jogo: não há treinador que resista a tanto falhanço
O FC Porto deu um salto qualitativo no futebol jogado em relação aos derradeiros encontros, mas exibiu uma faceta que até agora não tinha mostrado: esbanjador. Perante um Santa Clara que pouco ou nada criou, a equipa orientada por José Tavares proporcionou um festival de desperdícios, com duas grandes penalidades falhadas, três bolas nos ferros, num total de 21 remates, sete deles à baliza, contra um do Santa Clara, que deu golo.
Não há treinador que resista a tanto falhanço.
O técnico interino dos azuis e brancos queria entregar a Martin Anselmi, o próximo treinador, uma equipa isolada no segundo lugar da Liga e melhor animicamente, mas em campo os jogadores não corresponderam na hora da verdade.
Sem Samu, Nico González, Eustáquio e Pepê, o FC Porto foi muito melhor na pressão, mais intenso com e sem bola, mostrando claramente vontade em colocar um ponto final na série negativa de quatro derrotas seguidas.
A linha defensiva de cinco elementos do Santa Clara, mais os quatro da linha média, era um desafio, até pela forma bem organizada como a formação açoriana se estendia no terreno.
A outra era ultrapassar a intensidade colocada pelos comandados de Vasco Matos nos duelos, num Santa Clara que nunca teve problemas em travar os ataques portistas em faltas (23 cometidos pelos açorianos, contra 12 dos dragões).
Mas a equipa do FC Porto mostrou paciência para criar o suficiente para conquistar os três pontos. Gonçalo Borges tentou no corredor direito, com algumas arrancadas e cruzamentos, Fábio Vieira, no meio-campo, tentou os seus passes calibrados. Os laterais Francisco Moura e João Mário (Martin Fernandes saiu logo aos 12 minutos, lesionado), davam largura e tentavam abrir espaço por dentro para os extremos e os médios criarem.
O domínio azul e branco ficou espelhado nos 76 por cento de posse de bola (a equipa jogou com mais um jogador desde os 80 minutos), nos 21 remates tentados (sete deles em direção à baliza).
Deniz Gul mostrou que está muito 'verde', apesar de todo esforço: falhou isolado num lance onde ficou a pedir falta (puxão) de Sidney Lima, atirou ao poste no final do primeiro tempo numa jogada onde estava sozinho na pequena área e desperdiçou nova oportunidade no segundo tempo, num remate torto para fora.
Quando Matheus Pereira foi expulso no Santa Clara, aos 80 minutos, logo após o golo do empate marcado por Otávio, os adeptos portistas acreditaram que ainda havia tempo para chegar ao triunfo, mas o poste negou o golo a Tiago Djaló e Galeno falhou as últimas duas grandes oportunidades, nos descontos, uma delas uma grande penalidade.
Da tribuna VIP do Dragão, Martin Anselmi deve ter gostado da atitude dos jogadores, mas não da capacidade concretizadora.
Um empate que vê o Sporting disparar na liderança com seis pontos de vantagem e que não permite ultrapassar o Benfica que tinha perdido no dia anterior. Leões somam 47 pontos, águias e dragões têm 41 cada.
Momento-chave: Como é possível, Galeno?
Aos 90+6, Galeno teve a oportunidade de ser o herói do jogo, mas acabou por falhar de forma tão escandalosa que nem André Villas-Boas queria acreditar. Na marcação da segunda grande penalidade (já tinha falhado um, atirando ao poste), permitiu a defesa do guarda-redes Gabriel Baptista, a bola foi ter com ele e, inexplicavelmente, atirou ao lado, na pequena área, com o guarda-redes no chão. Surreal!
Os Melhores: A muralha Gabriel Baptista e MT que é um TT
Gabriel Baptista travou o penálti de Galeno que podia ditar a derrota dos açorianos. Além disso, fez seis defesas, quatro delas a remates na área. Aos 12 negou o golo após tiro de Alan Varela, e aos 46 evitou que o remate de Galeno terminasse no fundo das redes.
MT, o Todo-o-terreno (TT) do Santa Clara voltou a rubricar uma excelente exibição na zona central da defesa, na linha de cinco montada por Vasco Matos. Esteve impecável nas marcações e ajudou a equipa a ter bola quando era preciso.
Em noite 'não': Galeno, o anti-herói
Galeno é dos jogadores que mais caiu de forma no FC Porto. As fracas exibições que tem vindo a fazer no FC Porto tiveram o seu pico na noite de domingo, com duas grandes penalidades falhadas, demonstrando que está a acusar o momento da equipa. No primeiro, atirou ao poste, no segundo, permitiu a defesa do guardião contrário e depois falhou de baliza aberta na recarga.
A passividade do FC Porto em lances de bola parada esta época é algo que leva os adeptos ao desespero. A equipa sofreu golos na sequência de cantos nas derrotas com Nacional e Gil Vicente, voltou a sofrer de canto diante dos Santa Clara, tal como aconteceu esta época diante da Lázio e Manchester United na Liga Europa. Sempre que há um lance de bola parada para a área (livre ou canto), é um 'Deus nos acuda' na área portista.
Reações
José Tavares diz que os jogadores mostraram caráter, Otávio marcou mas não escondeu frustração
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