O Sporting entrou em campo com a missão de garantir mais um triunfo para deixar os rivais pressionados e o topo da tabela ainda mais consolidado. A missão foi cumprida, ainda que sem uma exibição vistosa e de encher o olho. Os leões venceram, de forma tranquila o Farense por 3-1 e consolidaram a liderança, já os algarvios permanecem afundados no fundo da tabela sem conseguir uma vitória nos últimos seis jogos.

O cansaço tomou conta das individualidades e faltou brilhantismo, mas o domínio leonino durante a partida foi absoluto e o resultado pendeu para a equipa que impôs alguma intensidade e tentou mais vezes chegar ao golo. A equipa do sul do país apostou numa muralha defensiva compacta que foi cometendo alguns erros, não solucionados por ataques rápidos com falta de boas decisões ou concretizações no último terço.

Controlo leonino e inoperância algarvia

O arranque foi esclarecedor sobre o que viria a ser a restante partida. Os pupilos de Rui Borges rapidamente se instalaram no meio-campo ofensivo e esforçaram-se por dominar a posse de bola, enquanto o Farense se limitou em ter o bloco baixo para travar os ataques leoninos. A equipa de Tozé Marreco apostou num 5-4-1 bastante compacto com o objetivo de sair em ataques rápidos para tentar chegar à baliza adversária.

O cansaço foi bastante notório ao longo da partida e o Sporting beneficiou pela falta de intensidade do Farense, mesmo após alguns erros defensivos e perdas de bola potencialmente prometedoras para os forasteiros. Os leões não foram particularmente extraordinários, mas as dinâmicas no último terço e as combinações e trocas entre os elementos do ataque foram bem conseguidas.

Aos 11 minutos, o golo viria a surgir pelos pés de Fresneda, que esteve perto de deixar o clube neste mercado de transferências. O mais improvável mostrou aos pontas-de-lança como se faz e respondeu de primeira a um cruzamento de Conrad Harder, numa troca de papéis curiosa.

O lateral espanhol estava nas nuvens, tal como viria a ficar Rui Borges mas pelos piores motivos. Aos 23 minutos, soou alarme das lesões no Estádio de Alvalade e já se esperava o pior. E foi mesmo o pior cenário que se confirmou: Geny Catamo saiu de maca e adivinha-se mais uma lesão para os leões. Daniel Bragança também foi substituído na 2.ª parte com algumas queixas, ainda que não aparente ser nada de muito grave.

Ora, para fazer esquecer as más notícias estava lá Ousmane Diomande. Catamo ainda não tinha contornado o campo e já estava o Sporting a alargar a vantagem. Na sequência de um canto batido por Francisco Trincão, o central cabeceou para o fundo das redes e carimbou o 2-0.

Rui Borges viu-se forçado a mexer na equipa e João Simões foi o eleito. O jovem fez companhia a Hjumand no meio-campo, Daniel Bragança aproximou-se de Harder e Trincão passou para a direita. O número 17 dos leões pareceu estar mais confortável e foi tendo alguma liberdade posicional, sendo o mais inspirado, criativo e dotado tecnicamente na equipa da casa.

Até aos 45 minutos, o Farense não tinha feito qualquer remate enquadrado com dois remates travados em Hjulmand e Inácio, mas estava a guardar-se para a primeira tentativa. Elves Baldé, um dos mais interventivos para o Farense, trabalhou bem no corredor esquerdo e cruzou para o fantástico cabeceamento e Lucas Áfrico. Estava feito o 2-1, em cima do intervalo.

No segundo tempo, os algarvios pareceram testar mais moralizados, mas foi sol de pouca dura. Mantiveram-se tímidos e sem quererem expor-se ao adversário, o que culminou numa aparente falta de vontade em chegar ao empate. Inicialmente, ainda tentaram subir no terreno e pressionar o Sporting na construção, mas nem isso correu como esperado.

Os leões fizeram a vontade ao Farense, dominaram e foram tentando a sorte até ao final do encontro. A equipa da casa era dona e senhora de Alvalade e decidia com tranquilidade os momentos certos para atacar ou temporizar.  Aos 71 minutos, o marcador até podia ter sido alargado, não fosse o tremendo falhanço de Gonçalo Inácio.

Após algumas tentativas, aos 9', 80', Conrad Harder finalmente conseguiu aquilo que sempre tenta: o golo. Já todos sabemos que o avançado é viciado em fazer o gosto ao pé, mas vai demonstrando alguma ansiedade para o alcançar. Contudo, o dinamarquês correspondeu com uma 'peitaça' ao cruzamento de Matheus Reis e colocou um ponto final na partida.

Momento-chave: Golo de Fresneda

O lateral espanhol não atravessou momentos fáceis no clube leonino, com Ruben Amorim e João Pereira no comando técnico devido à falta de utilização. Com Rui Borges, parece estar a ganhar uma nova vida e vai-se afirmando no plantel leonino. Tem sido ativo no flanco com bastante participação nos jogos que tem disputados e a recompensa chegou à 20.ª jornada. O espanhol entrou em zona de finalização, movimento que já tinha feito anteriormente, e rematou de pé direito para o seu primeiro golo enquanto profissional.

Melhor: Conrad Harder

O avançado leonino continua a demonstrar fragilidades e alguma ânsia desmedida em chegar ao golo, mas foi incansável frente ao Farense. Com a missão de substituir Gyokeres, Harder esforça-se, é intenso e está onde a equipa precisa. Fez a assistência para o primeiro golo, não deu descanso aos defesas adversários e ainda deu o golo que o Sporting precisava para poder respirar de alívio.

Pior: Incapacidade do Farense

A equipa de Tozé Marreco pecou pela falta de ambição e receio de entregar o jogo ao Sporting. A estratégia, em parte bem cumprida, de ter um bloco defensivo baixo e muito fechado não possibilitou que o ataque fosse uma realidade. Sempre que os forasteiros tentavam impor algum respeito, algo falhava nas últimas decisões. Mesmo a nível defensivo, existiram falhas e espaços concedidos aos leões, apesar de todo o empenho em tentar impedi-lo.

Reações

Rui Borges realça competência da equipa e confirma reforço de inverno. Harder mostra-se satisfeito e diz que "Gyokeres está noutro nível

"Ricardo Velho sai sem uma grande defesa". Tozé Marreco lamenta eficácia leonina, Menino fala em jogo "especial"

Resumo da partida