O presidente do Sporting de Braga, António Salvador, admitiu hoje, no segundo dia da terceira edição da cimeira Thinking Football, que, após um arranque de época pouco estável, percebeu que era preciso despedir o treinador Daniel Sousa.

O dirigente, que depois acabou por contratar Carlos Carvalhal, falou sobre o 'timing' da alteração do treinador e o que mudou após isso acontecer.

“Temos de ter sensibilidade para perceber o momento em que as coisas devem continuar bem ou podem cair. É essa a diferença dos líderes e tenho tido a noção do momento em que se deve mudar. O que fiz ao longo dos meus 21 anos de gestão foi perceber que algo tinha de mudar. Podia ser na primeira jornada, como na última ou na pré-época. Tive a noção de que algo tinha de mudar. Era um momento importante para que o objetivo não fosse comprometido”, explicou o presidente dos ‘arsenalistas’, que garantiu ainda que não teve qualquer dúvida quando tomou a decisão.

António Salvador foi claro: “Não hesito nas decisões, mas com convicção. Tomei a decisão antes do jogo com o Estrela da Amadora. Decidi e transmiti no final do jogo a quem deveria transmitir. Provou-se que foi uma decisão certa”.

O líder dos bracarenses lembrou ainda a última passagem de Carlos Carvalhal pelos comandos do Sporting de Braga e garantiu que “da outra vez, o técnico não ficou mais tempo porque não quis”.

“Cumpriu contrato e entendeu que tinha de ir para outros caminhos, se não tinha ficado", revelou.

O dirigente minhoto abordou igualmente a participação portuguesa nas competições europeias, assim como a distribuição dos direitos televisivos em Portugal.

“Estamos num contexto em que nos últimos anos tem havido quatro equipas nas competições europeias, o Sporting de Braga incluído. É importante para nós. É valorização para o clube e para o plantel. Nos últimos 20 anos, o Sporting de Braga faturou 580 milhões de euros. Destes, mais de 300 foram vendas diretas de jogadores. Se não estivéssemos na UEFA, não seria possível termos essas verbas. Dos restantes quase 300 milhões, nos últimos 10 anos, mais 110 milhões vieram da UEFA e 68 da televisão. O eixo destas receitas é fundamental. Nos últimos cinco anos faturámos 170 milhões na venda de jogadores e mais 78 milhões da UEFA”, explicou.

António Salvador falou ainda da saída de Banza para a Turquia e no impacto que isso teve na equipa.

“É um grande goleador e esperamos que continue a marcar na Turquia. No Braga só fica quem está comprometido com o clube. Disso não abdicamos. Há valores do qual nunca prescindiremos”, concluiu.