Os 306 encontros da edição 2023/24 da I Liga de futebol tiveram 2.896 minutos de compensação, à média de 9,46, que baixou depois das quatro jornadas iniciais, quando os árbitros eram mais generosos a compensar o tempo perdido.

De acordo com a informação apresentada no sítio oficial da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) na Internet, as primeiras partes acumularam 902 minutos extra e as metades complementares 1.994, resultando em médias de 2,95 e 6,52, respetivamente.

Atendendo à atualização anual das Leis do Jogo por parte do International Board (IFAB), organismo regulador das regras do futebol, os árbitros portugueses arrancaram a época com orientações para compensarem o tempo despendido nas celebrações dos golos no final de cada parte, panorama que já vigorava em relação à admoestação de cartões, às consultas ao videoárbitro (VAR) ou às paragens para substituição ou assistência médica.

Essa tendência foi notória nas quatro primeiras jornadas, ao ocasionar médias de 14,44, 14,78, 12,89 e 13 minutos, respetivamente, mas começou a diminuir a ‘pique’ a partir de meados de setembro de 2023, nas rondas subsequentes à primeira pausa da I Liga para os compromissos das seleções nacionais, ditando uma base razoável de 8,89 até ao fim.

Para trás ficava um polémico empate entre FC Porto-Arouca (1-1), para a quarta jornada, que fixou o recorde de descontos na edição 2023/24, ao somar 25 minutos, 22 dos quais depois dos 90, altura em que o sistema VAR sofreu uma falha energética de 14 minutos.

Esse período, pouco acima de dois terços da duração de um prolongamento, teve fortes incidências na área arouquense, com um penálti revertido a Taremi, ao minuto 90+6, um castigo máximo desperdiçado por Galeno (90+15) e o golo portista de Evanilson (90+19).

O recorde de descontos em primeiras partes tinha sucedido duas rondas antes, no Casa Pia-Sporting (1-2), em Rio Maior, com a larga interrupção para ser prestada assistência médica nas bancadas a um adepto em paragem cardiorrespiratória a motivar 12 minutos adicionais antes do intervalo, já depois de ter sido validado de forma incorreta o primeiro tento do novo campeão nacional - Paulinho estava em fora de jogo por nove centímetros.

Benfica (16), Sporting (11) e Sporting de Braga (10) foram as equipas que marcaram por mais vezes no total dos dois períodos extra, em contraste com Vizela (dois) ou Casa Pia Moreirense e Desportivo de Chaves (cada um com três), num soma global de 118 tentos.

A lista de golos sofridos foi encimada por Estoril Praia (12), Desportivo de Chaves (11) e Rio Ave e Vizela (ambos com 10), tendo FC Porto e Moreirense (três), Benfica e Sporting de Braga (quatro) ou Sporting, Vitória de Guimarães e Casa Pia (cinco) ficado na cauda.

Desses 118 tentos marcados nos descontos globais de 101 jogos, 46 ditaram alterações pontuais na reta final de 41 encontros, sete deles com dois golos para lá dos 90 minutos.

Se FC Porto (oito), Sporting de Braga (seis) e Portimonense (cinco) lograram um balanço positivo entre pontos somados e perdidos nesses instantes, Estoril Praia (oito) e Rio Ave (sete) ressaltaram pela negativa e Vitória de Guimarães e Gil Vicente tiveram saldo nulo.

Casa Pia (263), Moreirense (274) e Sporting (288) foram as equipas com menos minutos de descontos enfrentados em 34 jornadas, em oposição a Desportivo de Chaves (369) e FC Porto (350), dois dos 15 primodivisionários que superaram a fasquia das cinco horas.

Essa contabilidade reúne, de resto, várias semelhanças com os extremos do ‘ranking’ de percentagem de tempo útil de jogo: Benfica (58,45%), Moreirense (57,14%) e Casa Pia (56,73%) terminaram na frente e o Sporting (56,33%) no sexto lugar, enquanto Vitória de Guimarães (52,3%), Desportivo de Chaves (52,78%) e FC Porto (52,84%) foram últimos.

André Narciso (57,07%), Carlos Macedo (56,83%) e Gustavo Correia (56,46%) somaram as mais elevadas taxas de tempo em que a bola esteve efetivamente jogável entre os 21 árbitros envolvidos na edição 2023/24 da I Liga, sendo que o segundo, da associação de Braga, foi o que menos descontos deu - 61 minutos em oito jogos, a uma média de 7,63.

Se Nuno Almeida (52,72%) e Artur Soares Dias (52,85%) tiveram as percentagens mais baixas de tempo útil, o algarvio ‘reinou’ em tempo de compensação - 199 minutos em 19 jogos, à média de 10,47 - e João Pinheiro cravou a maior média: 12,13, com 97 em oito.