Chegados a mais uma pausa na Primeira Liga para os compromissos das seleções nacionais, o SAPO Desporto faz um balanço do primeiro terço de campeonato, incidindo neste caso no Benfica, fazendo também uma comparação com o desempenho da equipa encarnada por esta altura da última temporada, assim como as principais mudanças desde então.
As trevas germânicas e o nevoeiro madeirense
O trajeto do Benfica após onze jornadas de campeonato é muito semelhante ao protagonizado na última temporada, isto em termos aritméticos. Com efeito, os encarnados somam nesta altura 25 pontos, fruto de oito vitórias, um empate e uma derrota.
Se é verdade que as águias têm menos três pontos que no mesmo período do ano passado, também é verdade que também têm um jogo em atraso, uma vez que a partida diante do Nacional da Madeira, da oitava jornada, foi adiado devido ao forte nevoeiro que se fez sentir na data originalmente destinada para a partida.
Todavia, será seguro afirmar que um nevoeiro na Choupana será bem melhor do que as negras nuvens que pairavam sobre a Luz no início da temporada e que, até certo ponto, tinham sido criadas na ponta final da época 2023/24.
Depois de uma época vitoriosa e de outra abaixo do esperado, Roger Schmidt não resistiu ao mau arranque de temporada, acabando por ser despedido após o empate, garantido de forma 'in extremis', em casa do Moreirense na quarta ronda do campeonato.
Para o seu lugar, o presidente Rui Costa promoveu o regresso de Bruno Lage à Luz, treinador que já tinha pegado na equipa principal em 2019, tendo-a levado à conquista do título.
O técnico setubalense tem nesta altura um registo imaculado em jogos para a Primeira Liga desde que voltou, com sete triunfos em sete jogos. Curiosamente, e tal como acontecera na última época, o Benfica defrontou um dos rivais na luta pelo título na jornada 11.
Em 2023/24 os encarnados venceram de forma épica o Sporting na Luz por 2-1, com dois golos no período de descontos, enquanto que nesta temporada, foi o FC Porto que saiu derrotado da 'Catedral', desta feita por esclarecedores 4-1.
Após a ronda 11 da última temporada, o Benfica liderava o campeonato com os mesmos 28 pontos do Sporting, registando ainda 23 golos marcados e nove sofridos. Esta época, os encarnados são terceiros com 25 e menos um jogo; em termos de golos, e mesmo com uma partida em atraso, o Benfica tem mais marcados (28) e menos sofridos (7).
Uma das principais diferenças relativamente à última época é que aí os encarnados já tinham defrontado, e vencido os dois rivais na luta pelo título, algo que esta temporada ainda não aconteceu, já que os comandados de Bruno Lage ainda têm de defrontar o Sporting no próximo mês de dezembro.
Se olharmos para o desempenho global do Benfica esta temporada, somando os jogos de todas as competições, verificamos uma melhoria nesta época, em comparação a 2023/24. Com efeito, a esta altura da caminhada, as águias somavam 12 vitórias, um empate e 5 derrotas em 18 jogos realizados.
Até ao momento, em 16 partidas oficiais, o clube da Luz leva as mesmas 12 vitórias, mas apenas um empate e três derrotas, apresentando assim uma maior percentagem de triunfos em comparação com o último ano (75% contra 66, e ainda com um jogo por fazer).
De realçar ainda a significativa melhoria do Benfica no que à Liga dos Campeões diz respeito. Apesar desta temporada trazer um novo formato, a verdade é que este ano os encarnados somam seis pontos nos quatro primeiros jogos, um panorama bem melhor do que os zero pontos somados após três derrotas na antiga fase de grupos de 2023/24.
Saiu João Neves mas chegou o Harry Potter
O mercado de transferências de verão trouxe muitas alterações no plantel do Benfica. No que a saídas diz respeito, João Neves e David Neres surgem como os principais nomes, aos quais se juntam João Mário, antigo capitão, e ainda Morato.
Para além destes, jogadores muito importantes na última conquista do título, o verão levou também os 'mal-amados' Jurássek, Ristic e Tengstedt, e ainda Rafa Silva, uma saída já prevista há muito, e ainda Marcos Leonardo, no último dia do mercado.
Como reforços para o plantel foram contratados nomes como os de Pavlidis, Kaboré, Leandro Barreiro, Beste, Amdouni ou Renato Sanches. Contudo, a chegada mais impactante foi mesmo a da Kerem Akturkoglu. O extremo turco chegou do Galatasaray nas últimas horas do mercado, conquistando desde imediato os adeptos encarnados com cinco golos e seis assistências nos primeiros seis jogos para o campeonato de águia ao peito.
Juntamente com os reforços, esta temporada assistiu-se também à afirmação de dois jogadores que já estavam no plantel na última época. Álvaro Carreras chegou em janeiro e convenceu o Benfica a desembolsar seis milhões de euros para a sua contratação definitiva ao Manchester United. A chegada de Bruno Lage, assim como a lesão de Beste, permitiu ao jovem espanhol agarrar em definitivo a titularidade na lateral esquerda, mostrando todas as suas valências, principalmente em termos ofensivos.
Outro jogador que ganhou o seu espaço na equipa das águias é Tomás Araújo. O jovem central, que esteve na sombra de Otamendi e António Silva na última época, aproveitou menor fulgor desta dupla para ganhar a titularidade, principalmente após a chegada do novo treinador, sendo nesta altura visto como indiscutível no eixo defensivo encarnado. Tal estatuto contribui também em muito para o que o jovem central fizesse parte das recentes convocatórias de Roberto Martínez para a seleção nacional 'AA'.
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