O Benfica mexeu pouco e essencialmente no ataque para a luta pela renovação do título da I Liga de futebol, num mercado de transferências agitado para um FC Porto em reconstrução e um Sporting limitado por condicionalismos financeiros.
Em relação à equipa que o técnico Bruno Lage conduziu à conquista do campeonato, os ‘encarnados' viram partir João Félix para o Atlético Madrid pela verba recorde de 126 milhões de euros (ME) - a transferência mais cara de sempre de um clube português e a maior deste verão -, mas também o veterano brasileiro Jonas, que se retirou, e o extremo argentino Eduardo Salvio, de regresso ao seu país, para representar o Boca Juniors.
Em sentido inverso, chegaram à Luz o avançado espanhol Raul de Tomás, a aquisição mais cara deste defeso a nível nacional, por 20 ME, o ponta de lança brasileiro Vinicius, proveniente do Nápoles a troco de 17 ME, o criativo Chiquinho, resgatado ao Moreirense por cerca de quatro ME, e o extremo Caio Lucas, que veio a custo zero do futebol árabe. De resto, a palavra de ordem nos outros setores da equipa foi estabilidade.
Por seu lado, o FC Porto enfrenta a missão de compatibilizar a reconquista do campeonato perdido em 2018/19 com a reconstrução da equipa. Os ‘dragões' acabaram por investir cerca de 60 ME nesta janela de transferências, com destaque para as contratações dos extremos Nakajima (12 ME) e Luís Diaz (7 ME), do guarda-redes Marchesín (7,5 ME), do médio Uribe (9 ME), do avançado Zé Luís (8,5 ME) e do regressado defesa Marcano (3 ME).
Uma aposta forte e em várias frentes dos ‘azuis e brancos', em virtude da partida de várias referências do plantel portista nos últimos anos. Herrera, Brahimi e Maxi Pereira saíram a custo zero, Felipe rendeu 20 ME ao rumar ao Atlético Madrid e Éder Militão protagonizou a maior transferência no clube neste defeso: 50 ME pagos pelo Real Madrid. É de realçar ainda a incerteza em torno de Casillas, cujo problema de saúde obrigou o clube a mexer na baliza.
Quanto ao Sporting, teve um mercado muito turbulento, marcado sobretudo pela ‘novela’ de uma transferência que não se chegou a consumar: o capitão Bruno Fernandes era dado como ‘alvo' de alguns dos maiores clubes de Inglaterra e Espanha, mas os números apresentados não convenceram os ‘leões', que assim mantiveram a sua maior estrela.
O mesmo não aconteceu com outros valores do plantel às ordens de Marcel Keizer, evidenciando-se as saídas de Bas Dost para o Eintracht Frankfurt (7,5 ME), Raphinha (Rennes, 21 ME) e Thierry Correia (Valência, 12 ME) já na reta final deste mercado.
As dificuldades financeiras da SAD ‘leonina' não permitem grandes apostas, mas ainda assim foram contratados os avançados Vietto e Rafael Camacho, bem como o médio Eduardo Henrique e os defesas Rosier e Luís Neto. Já no dia de encerramento do mercado, o Sporting fez um ‘sprint' final por alguns empréstimos e garantiu as chegadas do avançado Jesé Rodriguez e dos extremos Fernando e Yannick Bolasie.
Numa leitura mais global da I Liga, é possível constatar - de acordo com o site especializado ‘Transfer Markt' - que os clubes portugueses investiram um total de cerca de 142 ME e lucraram com transferências aproximadamente 380 ME, o que resulta num saldo positivo de quase 238 ME.
Comentários