A candidatura de Nuno Lobo deseja reunir com urgência para solicitar o adiamento das eleições dos órgãos sociais do FC Porto, anunciou hoje um dos dois atuais concorrentes assumidos à presidência do vice-campeão nacional de futebol.
“A nossa candidatura reunirá com urgência de forma a sugerir ao presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG), Lourenço Pinto, face à instabilidade causada interna (equipas em competição) e externamente (associados), o adiamento das eleições para uma data a combinar com as candidaturas”, disse o empresário, numa nota enviada à agência Lusa.
Na quarta-feira, a PSP deteve 12 pessoas - incluindo dois funcionários do FC Porto e o líder da claque Super Dragões, Fernando Madureira -, no âmbito de uma operação que investiga os incidentes observados na última Assembleia Geral extraordinária do clube.
Em comunicado, o Comando Metropolitano do Porto da PSP disse ter apreendido droga, uma arma de fogo, vários milhares de euros, três automóveis, mais de 100 bilhetes para eventos desportivos, dispositivos eletrónicos ou documentos de relevo para a operação.
“Pensamos que seria mais tranquilo para todos (especialmente as equipas que estão em competição) deixar a espuma destes dias desaparecer ou esvanecer”, reconheceu Nuno Lobo, cuja candidatura “não se revê em nenhum dos acontecimentos que se passaram”.
Os 12 detidos, nos quais também está a mulher de Fernando Madureira, vice-presidente dos Super Dragões, serão presentes hoje a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto, tendo em vista a determinação de medidas de coação.
“Lamentamos tudo o que tem sido noticiado relativamente às detenções levadas a cabo pela PSP. Não gostamos e acreditamos que é um lapso no tempo e na forma que irá ser ultrapassado”, apontou, garantindo que a sua candidatura “nunca foi importunada, muito menos condicionada física ou emocionalmente” por quaisquer dos visados na operação.
Nuno Lobo, candidato derrotado em 2020 por Pinto da Costa, e André Villas-Boas, antigo treinador da equipa principal de futebol, vão concorrer às eleições do FC Porto rumo ao quadriénio 2024-2028, cuja data ainda será agendada, devendo ser realizadas em abril.
Pinto da Costa, de 86 anos, vai apresentar um projeto para o futuro do clube no domingo, no Coliseu do Porto, podendo confirmar a recandidatura a um 16.º mandato consecutivo, numa fase em que é o dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial, tendo sido eleito pela primeira vez como 33.º presidente da história do clube em abril de 1982.
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