Depois do diretor de comunicação do FC Porto ter reagido às buscas da Polícia Judiciária no Estádio da Luz e nas residências de dirigentes do Benfica, agora foi a fez do responsável pela comunicação do Sporting abordar o tema.
Na Sporting TV, Nuno Saraiva diz esperar que Paulo Gonçalves, assessor jurídico do Benfica, não seja utilizado como "bode expiatório".
"É importante que Paulo Gonçalves tenha sido constituído arguido por prática de corrupção ativa e passiva, que o Benfica procurou desvalorizar dizendo que a sua condição de advogado a isso obriga. Não é de forma leviana que se constitui um advogado como arguido. Paulo Gonçalves é do comité de ética da Associação de Clubes Europeus (ECA). Na direção está a Juventus, entre outros. Gostava de saber como a ECA vai reagir perante suspeitas de corrupção ativa e passiva. Estamos a assistir à justiça a funcionar. Está a agir sem medo, apesar de sabermos que muitos agentes judiciais integraram as comissões de honra de Luís Filipe Vieira. Mas isso não faz com que deixe de investigar o que há para investigar", começou por dizer.
"Paulo Gonçalves é o principal mandante, mas há mais. Esperemos que não seja uma espécie de cordeiro oferecido em sacrifício para os outros responsáveis passarem entre os pingos da chuva. Certamente não agiu sem a cobertura do presidente do Benfica”, argumentou.
O dirigente leonino comentou também a reação dos ´encarnados` ao ´Caso dos emails`. O Benfica alega que as provas foram obtidas de forma ilegal por entender que houve uma violação de privacidade e da sua correspondência eletrónica.
"O argumento do Benfica é mais básico, assenta na narrativa, não na contestação à veracidade, mas na devassa informática, do correio eletrónico. Não há dúvidas sobre a autenticidade, já todos percebemos que as conversas dos emails são verdadeiras. O advogado do Benfica não nega a autenticidade, para ele é irrelevante, o que importa é que houve devassa informática. Está automaticamente prejudicado na argumentação, e diz coisas como ´exigimos respostas do Ministério Público`. Quem tem de exigir respostas somos nós", disse Nuno Saraiva, esperando "justiça" e que todos sejam tratados "da mesma forma".
"Que seja feita justiça e que trate todos por igual, da mesma forma, e que investigue tudo aquilo que há para investigar sem receio e condicionamento. Que se apurem responsabilidades em eventuais crimes. A confirmar-se, que esse alguém seja exemplarmente punido e castigado. Fica a sensação de que este processo não avançou por causa de questões administrativas ou procedimentos formais que possam não ter sido respeitados, como a eventual ilegalidade na obtenção de prova".
A Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL) confirmou esta quinta-feira a investigação a um suspeito, no âmbito do caso dos emails do Benfica, por corrupção passiva e ativa. Em comunicado, a PGDL dá conta da emissão de mandados de busca domiciliária e não domiciliária, no âmbito de uma investigação em curso pelos crimes de corrupção passiva e ativa, por parte da nona secção do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.
O diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, acusou o Benfica de influenciar o setor da arbitragem e apresentou alegadas mensagens de correio eletrónico de responsáveis ‘encarnados', nomeadamente de Paulo Gonçalves e Luís Filipe Vieira, presidente.
Entre outras situações, o responsável dos ‘dragões' revelou também a alegada partilha de mensagens de telemóvel do atual presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, na altura em que presidiu à Liga de clubes, entre o diretor de conteúdos da BTV, Pedro Guerra, e o ex-presidente da Assembleia-Geral da Liga Carlos Deus Pereira.
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