O presidente do PSD considerou hoje que o que se passou no domingo no jogo entre Vitória de Guimarães e Porto “tem óbvios contornos racistas”, mas defendeu que evidencia, acima de tudo, “um intolerável aumento de violência no desporto”.
Numa publicação na sua conta da rede social Twitter, Rui Rio refere-se à situação que envolveu o jogador de futebol do FC Porto Marega, que pediu para ser substituído, ao minuto 71 do jogo da 21.ª jornada da I Liga, por ter ouvido cânticos e gritos racistas de adeptos da formação vimaranense, numa altura em que os 'dragões' venciam por 2-1, resultado com que terminaria o encontro.
“O que se passou ontem [domingo] no jogo Guimarães-Porto tem óbvios contornos racistas que chocam com os nossos valores; mas evidencia, acima de tudo, comportamentos primários, responsáveis por um intolerável aumento da violência no desporto que uma sociedade civilizada não pode tolerar”, apontou.
Vários partidos já se pronunciaram sobre o tema, entre eles o PCP, que pediu hoje a audição, no parlamento, do ministro da Administração Interna, secretário de Estado do Desporto e Liga de Clubes sobre "medidas a adotar".
Também o primeiro-ministro e o Presidente da República já se pronunciaram sobre este caso.
Numa publicação no Twitter, António Costa manifestou a sua "solidariedade" com Marega e o "repúdio total" por atos racistas contra o futebolista do FC Porto, esperando que "as autoridades ajam como lhes compete" para impedir que voltem a acontecer.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condenou os insultos racistas de que o jogador do FC Porto Marega foi alvo no domingo, lembrando que a Constituição da República é muito clara na condenação do racismo, xenofobia e discriminação.
“A Constituição da República Portuguesa é muito clara na condenação do racismo, assim como de outras formas de xenofobia e discriminação, e o povo português sabe, até por experiência histórica, que o caminho do racismo, da xenofobia, e da discriminação, além de representar a violação da dignidade da pessoa humana e dos seus direitos fundamentais, é um caminho dramático em termos de cultura, civilização e de paz social”, considerou Marcelo Rebelo de Sousa, numa declaração à agência Lusa.
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