A maioria dos clubes representados na assembleia geral da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) votou hoje favoravelmente ao regresso do sorteio dos árbitros nos jogos organizados pelo organismo.
A decisão foi tomada hoje numa extensa assembleia extraordinária da LPFP, realizada em Santa Maria da Feira, e advém de uma proposta conjunta de FC Porto e Sporting que mereceu a concordância da maior parte presentes.
José Mendes, presidente da assembleia geral da LPFP, confirmou, no final da reunião, que "tanto FC Porto como Sporting apresentaram propostas muito semelhantes nesta questão do sorteio dos árbitros", afirmando que na parte final da reunião "as propostas de ambos acabaram por ser consensualizadas, da qual emergiu a proposta final colocada a votação".
O presidente da assembleia geral da LPFP confirmou que a proposta votada favoravelmente contempla "um sorteio puro, com a condicionante de nos jogos considerados de maior grau de dificuldades serem apenas elegidos os árbitros internacionais"
Ficou ainda estabelecido que também os observadores serão alvo de sorteio, embora sem a diferenciação em relação ao grau de dificuldade dos jogos.
O presidente da assembleia geral da LPFP acredita que a tomada de decisão está dentro dos prazos para que seja uma realidade já na próxima época, mas lembra que "poderá, depois, na Federação Portuguesa de Futebol não ser ratificada, ficando sem efeito".
Contra a proposta apresentada por FC Porto e Sporting esteve o Benfica, com Paulo Gonçalves, representante dos ‘encarnados' nesta assembleia, a abandonar a mesma muito agastado com o sucedido.
"O FC Porto e Sporting conseguiram consensualizar uma proposta em cinco minutos, para reverter uma situação que durava há 12 anos", disse o jurista, completando: "O Benfica é contra o sorteio, e nem pode votar em consciência uma proposta que não foi debatida nem ponderada".
O dirigente do emblema da Luz revelou ainda que perguntou ao FC Porto e Sporting se tinha consultado os outros agentes envolvidos nesta decisão e que ambos "responderam que não".
Já Pinto da Costa, presidente do FC Porto, rejeitou a ideia que a decisão tomada hoje relativa ao sorteio dos árbitros se tratou de uma aliança de FC Porto e Sporting contra o Benfica.
"Se assim fosse a proposta não teria sido aprovada por vários outros clubes. Isto nada tem que ver com a capacidade dos árbitros, é antes um marcar de posição geral quanto ao critério das nomeações", disse o líder dos ‘azuis e brancos'.
Pinto da Costa considerou que a aprovação do sorteio dos árbitros constitui um "voto de desconfiança" dos clubes para com o Conselho de Arbitragem presidido por Vítor Pereira.
"Não podemos confiar nestas pessoas para nomear os árbitros", afirmou o presidente do emblema nortenho, completando "tanto o FC Porto como o Sporting propuseram um sorteio condicionado, e não o sorteio puro. Nos jogos considerados mais difíceis terão de estar os árbitros internacionais. Os melhores não podem ficar esquecidos", afirmou.
Ainda nesta assembleia geral foram ratificadas uma série de questões relativas ao regulamento disciplinar, nomeadamente uma maior clarificação do sancionamento de viciação de aposta desportivas, passando a ser sancionados todos os agentes envolvidos no processo.
Também neste âmbito disciplinar, os clubes mostraram-se de acordo numa nova forma de avaliação das sanções para os comportamentos incorretos do público, distinguindo os mais graves dos menos graves.
Foi também aprovado que as questões de natureza salarial dos jogadores e treinador passam a ter de ser certificadas por um revisor oficial de contas, ou através de documento que comprovem o pagamento das mesmas, apertando assim o critério de fiscalização.
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