Pé ante pé, o promissor extremo foi sendo convertido em lateral-esquerdo, face às intermitências de Shaffer e César Peixoto. Jogo a jogo, o jovem evoluiu de primeira arma do banco e do epíteto de 12º jogador para um habitual titular no onze do Benfica. A adaptação gradual a um lugar mais recuado não podia ter corrido melhor para Fábio Coentrão, que assim conseguiu chegar à Selecção Nacional e agora tem legítimas aspirações a ser convocado por Carlos Queiroz para o Mundial 2010.
E se Jorge Jesus tem inquestionável mérito na ressurreição de Coentrão, o jovem jogador, de 22 anos, só pode olhar com orgulho para a sua temporada.
Uma maior maturidade e uma capacidade de concentração e dedicação inexcedíveis reservaram-lhe por direito próprio um lugar entre os mais utilizados. O seu talento, que já era conhecido, fez o resto e conseguiu a regularidade que lhe faltava desde o início da carreira.
Os números não mentem: 41 jogos efectuados até ao momento (28 como titular), 3 golos e oito assistências. De facto, boa parte da produção da ‘máquina de ataque’ encarnada nasce nos seus pés, onde apenas o colega de flanco Di María o supera com nove passes decisivos.
As boas exibições garantiram-lhe ainda em Outubro de 2009 a renovação de contrato até 2015, com uma cláusula de rescisão de 30 milhões para afugentar alguns ‘tubarões’.
“Tive momentos maus e bons. O Saragoça foi mau para mim, mas isso já é passado. A ida para o Rio Ave fez-me bem. Algumas pessoas diziam-me que estaria a descer um degrau, mas sempre pensei que poderia depois voltar a subir dois e foi isso que aconteceu”, afirmou então à Benfica TV.
As dúvidas que pairavam sobre o seu futuro foram respondidas no campo, onde revelou todo o seu potencial e se revelou aos adeptos do Benfica. Para o miúdo que cresceu em Vila do Conde e um dia foi chamado “Figo das Caxinas”, esta época foi apenas um grande começo…
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