Janeiro podia ser um período de oportunidades, mas é quase sempre um tempo de incerteza e receio para os ‘grandes’ portugueses. FC Porto, Benfica e Sporting resistem como podem aos ataques dos maiores clubes europeus aos seus craques e às suas promessas, mas mesmo assim a liga portuguesa está já mais pobre do que no seu arranque, em agosto.
O Benfica terá sido o emblema mais afetado pela reabertura do mercado de transferências, com a saída de Nemanja Matic para o Chelsea. Depois de um longo namoro, o clube londrino avançou para a proposta e o casamento surgiu a troco de 25 milhões de euros. Jorge Jesus ficou sem o melhor jogador da Liga 2012/13 e o “melhor médio defensivo do mundo”, segundo as suas próprias palavras, tendo de encontrar uma alternativa dentro de portas.
No entanto, o jovem André Gomes, sem espaço nas escolhas do técnico, tem também abertas as portas de saída, depois de o clube ter vendido o seu passe a um fundo de investimentos por 15 milhões de euros. Rodrigo ainda poderá sair em fevereiro, depois do Benfica ter vendido o seu passe ao mesmo fundo que comprou André Gome spor 30 milhões de euros.
Além dos dois médios, os encarnados “arrumaram ainda a casa” com as cedências do extremo holandês Ola John ao Hamburgo e do central sérvio Mitrovic ao Valladolid, bem como a dispensa do lateral Bruno Cortez, que voltou assim ao Brasil.
Contudo, o FC Porto também terá de reaprender a jogar sem um dos seus pilares. Lucho Gonzalez rumou ao Qatar para o último grande contrato da sua carreira e deixou os tricampeões nacionais órfãos do seu ‘Comandante’ no meio-campo. Agora, cabe a Paulo Fonseca reinventar novamente a zona central do terreno com os jogadores que já tinha no plantel. Os dragões abdicaram ainda do guarda-redes Bolat, que foi emprestado ao Kayserispor, e de Izmaylov, que rumou por empréstimo ao FC Gabala, do Azerbaijão. Os Dragões conseguiram resistir às investidas do Manchester City que queria levar Mangala e Fernando, e ainda do Valência que queria Otamendi.
Paralelamente, o Sporting emagreceu o seu já curto plantel sem perder qualquer jogador fundamental na equipa de Leonardo Jardim. De facto, os leões limitaram-se a resolver casos que se arrastavam desde o início da época, como Labyad, que foi cedido ao Vitesse, Jeffren que rescindiu e assinou com o Vallaadlid, e a emprestar jovens para ganharem rodagem, nomeadamente João Mário e Betinho, que foram emprestados ao Vitória de Setúbal. Por outro lado, Rinaudo, Cissé e Diogo Salomão não tinham espaço e foram todos cedidos por empréstimo a Catania, Arouca e Deportivo, respetivamente.
O momento em Alvalade é para resistir e desta forma segurar as “revelações” William Carvalho, Fredy Montero e Slimani até ao final da temporada, sobretudo em ano de Mundial de futebol, no Brasil.
O mercado de transferências encerrou em Portugal esta sexta-feira, mas continua aberto noutros países, como a Rússia, a Sérvia ou o Brasil, o que pode baralhar e desfalcar ainda mais os três ‘grandes’. O segredo é esperar… e resistir.
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