Um calendário “completamente adensado” antes e depois da paragem das competições de clubes para a realização do Mundial2022 de futebol contribuiu para o FC Porto ter inúmeras lesões, frisou hoje o treinador Sérgio Conceição.
“Tive a oportunidade de dizer que faríamos, no final, a avaliação sobre uma época atípica, com um Mundial no meio. Perante este cenário, temos debatido algumas situações e fica fácil perceber o porquê destas lesões. O calendário ficou completamente adensado antes e depois do Mundial. Fizemos 10 jogos num mês”, ilustrou o treinador, na conferência de imprensa de antevisão ao embate com o Rio Ave, no sábado, da 21.ª jornada da I Liga.
O colombiano Matheus Uribe e o brasileiro Galeno juntaram-se esta semana ao boletim clínico dos campeões nacionais, depois de ambos terem sofrido microrroturas no adutor esquerdo no decorrer do êxito em casa do Sporting, por 2-1, no clássico da ronda anterior da prova.
Sérgio Conceição passou a contar com oito atletas indisponíveis, para além de Francisco Meixedo, Fábio Cardoso, Otávio e dos brasileiros Wendell, Gabriel Veron e Evanilson, reconhecendo hoje que ninguém vai recuperar em tempo útil para a receção ao Rio Ave.
“Depois, não são só os jogos. Está provado que tudo o que seja quatro dias ou menos a nível de recuperação de jogadores aumenta seis vezes o risco de lesão. Tivemos a Taça da Liga pelo meio e um ou outro encontro com 72 horas [de recuperação], mas temos de olhar se são mesmo 72 horas, porque não são. Cada vez mais as operadoras que têm os direitos televisivos querem mais jogos de qualidade, e nós temos de andar num corrupio de viagens”, lamentou, pedindo uma reflexão conjunta sobre a calendarização dos jogos.
Sem avançar com uma perspetiva para o regresso do influente médio Otávio, que debela uma lesão muscular na coxa direita e deverá ser reintegrado nos treinos já no sábado, o técnico do FC Porto enalteceu a “sintonia” entre os diversos departamentos do clube na recuperação de jogadores, “independentemente de nem tudo correr às mil maravilhas”.
“O trabalho não difere em nada nestes seis anos a nível de preparação do jogo. Há que olhar para tudo e para toda a gente para termos sempre espetáculo e os nossos atletas estarem preparados para jogar de 72 em 72 horas com qualidade e a sua performance não baixar em nada. Agora, há mais propensão para haver lesões, sem dúvida”, insistiu.
Sérgio Conceição apelou aos adeptos portistas que “percebam o momento” e ajudem os ‘dragões’ a superar “momentos difíceis” diante do Rio Ave, que ditou a primeira derrota a nível doméstico dos ‘dragões’ em 2022/23, ao vencer por 3-1, na quarta ronda da I Liga.
“Estou a lembrar-me de uma ou outra assobiadela no nosso jogo contra o Vizela [vitória por 2-0, na 19.ª jornada], depois de termos conquistado a Taça da Liga e de terem ficado alguns atletas de fora após um jogo difícil na Madeira [êxito por 2-0 sobre o Marítimo, na 18.ª]. É absolutamente normal. Temos adeptos exigentes e apaixonados, que querem sempre ver a equipa a cilindrar os adversários, mas nem sempre isso é possível”, notou.
O FC Porto, segundo colocado, com 48 pontos, a cinco do líder isolado Benfica, recebe o Rio Ave, 11.º, com 24, no sábado, a partir das 20:30, no Estádio do Dragão, no Porto, em duelo da 21.ª ronda da I Liga, com arbitragem de Vítor Ferreira, da Associação de Futebol de Braga.
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