O presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, recusou hoje qualquer pedido de desculpas exigido pelo Marítimo aos adeptos do clube, por proibir a presença de público nos estádios, devido à situação da pandemia da COVID-19.
“O Governo [Regional] deve pedir desculpa ao Marítimo por apoiar tanto o Marítimo, penso que deve ser isso, deve ser essa a equação que eu não percebi”, declarou o governante madeirense, à margem da visita que efetuou a obras num espaço desportivo de uma escola no Funchal, quando questionado sobre aquela exigência do clube.
Na quinta-feira, o Conselho do Governo Regional da Madeira decidiu proibir a presença de público nos estádios para os jogos de futebol.
“Neste momento não é aconselhável e é um imperativo de salvaguarda da saúde pública manter os jogos de futebol sem público nos estádios, porque a situação pandémica está a evoluir” negativamente, explicou o presidente madeirense, em conferência de imprensa, realizada no Funchal, que teve o intuito de divulgar as medidas adotadas.
Esta medida afetou o Marítimo que recebe no sábado o rival Nacional, em partida da sexta jornada da I Liga, para o qual havia disponibilizado bilhetes sem uma autorização prévia do Governo Regional.
“Ao longo das últimas semanas mobilizámos sinergias e traçámos um plano minucioso para que os adeptos pudessem regressar em segurança ao futebol, num jogo com risco reduzido de transmissão, dada à situação epidemiológica que se vive atualmente na Madeira”, afirmou o clube em comunicado divulgado logo após ser conhecida a medida, assumindo ter sido “surpreendido” com a decisão.
O clube considerou que foi “além do exigido pelas entidades oficiais” em outros recintos desportivos do país para ter os adeptos no estádio dos Barreiros.
Os ‘verde rubros’ defenderam que o Governo Regional “deve um pedido de desculpas” aos sócios do Marítimo pela “alteração”, após a disponibilização de bilhetes para o dérbi do Funchal, que acontece no sábado, diante do Nacional.
“Estranhamente, e apesar de o nosso estádio ser de primeira categoria, permitir acessos diferenciados e garantir espaçamento suficiente para 749 espetadores, menos de 10% da lotação total (10.600), o Governo Regional não permitiu o regresso dos adeptos ao futebol na melhor sala de espetáculos da Região Autónoma da Madeira. A tutela deve, por isso, um pedido de desculpas aos sócios do Marítimo pela alteração por si provocada”, argumentou o clube.
Hoje, Miguel Albuquerque considerou que “isto é um problema fácil”, reafirmando que “o Marítimo é uma instituição centenária, com responsabilidade também na área cívica, desportiva e educação desportiva, que tem milhares de jovens e, com certeza, que tem de dar o exemplo”.
“Compreendo que as pessoas, às vezes, nos jogos de futebol e dérbis, estão com o espírito exacerbado, mas isto é uma questão de razoabilidade e bom senso, temos de ter bom senso e, acho eu, as coisas vão correr bem”, enfatizou o governante madeirense.
Albuquerque concluiu conhecer “imensos sócios do Marítimo que compreendem a situação”, admitindo que “não é uma questão fácil de perceber, de resolver e não vale a pena dramatizar, nem exacerbar”.
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