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Para Dominguez, «o mínimo de condições para estar no Estádio da Luz passa por ter 11 jogadores de campo».
O treinador da União de Leiria, José Dominguez, disse esta quarta-feira que só aceita defrontar o Benfica se tiver um mínimo de 11 futebolistas para disputar o encontro da 29.ª jornada da Liga, no sábado, no Estádio da Luz.
«Não estou de todo contente com esta situação. A passar-se mais uma situação de inferioridade numérica, podem até arranjar jogadores, mas já não vão ter o técnico, porque isto é vergonhoso», disse hoje o técnico.
Para Dominguez, «o mínimo de condições para estar no Estádio da Luz passa por ter 11 jogadores de campo».
«Vão-se inscrever amanhã mais quatro jogadores juniores e vamos tentar com isso dignificar o Leiria. Vamos ver como é que estes juniores poderão de alguma maneira sentir-se à vontade», sublinhou.
O treinador dos leirienses considera que «há limites para certas situações», reconhecendo ser «impossível conseguir fazer um bom trabalho».
«Eu e a minha equipa técnica temos aspirações e isto ultrapassa tudo o que é normal. Infelizmente, é um marco triste para o futebol português, que pôs em causa a verdade desportiva deste campeonato. O dano já está feito», aponta.
Hoje, no primeiro treino após a derrota em casa com o Feirense, em que a equipa leiriense alinhou apenas com oito jogadores, Dominguez transmitiu aos juniores integrados no grupo de 16 disponíveis que, se puderem jogar na Luz, «será uma grande oportunidade de valorização».
Dominguez revelou ainda ter conversado com Marco Soares, o "capitão" de equipa e que é um dos 13 jogadores que rescindiram o vínculo com a União de Leiria, contestando os vários meses de ordenados em atraso.
«Falei com ele e disse-me que não estava à espera. A maior parte dos jogadores também não estava à espera. Acreditavam que houvesse uma resolução, não que se chegasse mesmo a rescindir contrato», afirmou.
José Dominguez, antigo jogador do Sporting e internacional por Portugal, acredita, ainda assim, que a crise na União de Leiria é uma oportunidade para repensar o futebol nacional.
«Ainda bem que isto aconteceu. Muitas vezes se falou em situações como esta, de atrasos nos salários. Nunca um grupo, tão forte e unido como este, tomou uma decisão assim. Resolvia-se, tapavam-se buracos e no ano seguinte eles continuavam a aparecer, da mesma maneira. Isto também é bom para a Liga criar automatismos para que a verdade desportiva da prova nunca possa ser posta em causa», referiu.
A União de Leiria, que ocupa o último lugar da Liga de futebol, debate-se com uma razia no plantel, depois de 16 jogadores terem apresentado um pedido de rescisão coletiva, em consequência de três e quatro meses de ordenados em atraso.
O número de saídas baixou entretanto para 13. Keita, Ogu e Alhatifh recuaram na intenção de sair e já integram os trabalhos da equipa.
No sábado, a União de Leiria, que soma 19 pontos, visita no Estádio da Luz o Benfica, que é segundo classificado, com 63 pontos.
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