O recém-eleito presidente da Mesa da Assembleia-Geral (AG) do Sporting, Eduardo Barroso, assumiu hoje que vai cumprir o mandato «se este existir», mas disse à agência Lusa que não exclui a possibilidade de se demitir.

«Se o mandato existir, claro que vou cumprir», disse Eduardo Barroso, eleito pela lista C, liderada por Bruno de Carvalho, que perdeu a corrida à presidência do Conselho Directivo para Godinho Lopes (Lista A) por 360 votos - 36,55 por cento contra 36,15 - e anunciou a vontade de impugnar as eleições por alegadas inconformidades.

Questionado sobre se a sua afirmação tem a ver com a eventual consequência do pedido de impugnação, Eduardo Barroso afirmou que se trata de «um processo judicial, que não tem a ver com a Mesa da Assembleia-Geral eleita», logo «não sobra para o presidente da AG».

Eduardo Barroso disse não ter conhecimento de que o pedido de impugnação já tenha avançado: «É assunto de Bruno de Carvalho, tão-pouco pediu a minha participação. Nem tinha de o fazer, visto que se a impugnação for aceite implica a repetição das eleições, o que já não aconteceria se eu e o professor Daniel Sampaio nos demitíssemos, pois obrigaria apenas a eleições para a Mesa da AG».

Escusando pronunciar-se sobre a ideia de, ao aceitar o cargo, estar a legitimar o ato eleitoral contestado por Bruno de Carvalho, Eduardo Barroso considerou o pedido de impugnação uma «prerrogativa normal de um cidadão, um direito que lhe assiste», mas ao mesmo tempo «um assunto que transcende» a actual Mesa da AG.

Eduardo Barroso não confirmou ter já marcada uma reunião com Godinho Lopes, como este referiu na segunda-feira, afirmando que o novo presidente falou consigo «apenas na noite das eleições, por volta das cinco e tal, seis da manhã»:

«Cumprimentámo-nos. É normal que o presidente da AG e da Direcção falem um com o outro».

«Para todos os efeitos sou um candidato derrotado, investi noutro candidato. Assumo a derrota e não é por ter ganho a Mesa da AG que ganhei», invocou Eduardo Barroso, para quem as derrotas e as vitórias «não se sentem pessoalmente», visto que fazia parte de «um projecto diferente, um projecto de mudança».

Questionado se põe de parte a possibilidade de se demitir, foi claro: «Não excluo nada. Se cair a Mesa da AG, só haverá eleições para esse órgão».

No entanto, Eduardo Barroso sublinha que, «uma vez que os sportinguistas decidiram assim, tem de haver uma relação institucional», embora considere que «é cedo para falar nisso».

«Não sei se é mais delicada a minha posição ou se a dos outros órgãos. Eu presido ao órgão mais soberano, o mais importante do clube, acima dos órgãos executivo, fiscal e consultivo. Fui eleito com 38 por cento dos votos, mais do que os eleitos para os outros órgãos», frisou.

Justificou a sua ausência da proclamação dos resultados por lhe terem dito que «não era obrigado a ir» e por ter preferido solidarizar-se numa hora de tristeza com a pessoa que queria que fosse eleita do que receber o mandato que lhe foi atribuído.

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