![Eleições/FPF: Proença lidera pelo exemplo e com compromisso de Ronaldo - Duarte](/assets/img/blank.png)
A liderança pelo exemplo diferencia Pedro Proença, cujo compromisso encontra semelhanças com Cristiano Ronaldo, assume Duarte Gomes, contemporâneo na arbitragem do recém-eleito presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
“É a pessoa que conheço que mais afincadamente consegue atingir os seus objetivos em função do planeamento e do método que impõe a si próprio e tem uma vantagem muito grande, entre outras, que é a de dar o exemplo: é o primeiro a chegar, o último a sair e, quando exige [uma tarefa], já fez e, se calhar, a dobrar, com mais afinco e consistência. Não permite que os outros lhe tenham algo a apontar”, disse à agência Lusa o ex-árbitro.
Pedro Proença, de 54 anos, vai suceder a Fernando Gomes na FPF, após ter derrotado hoje Nuno Lobo, líder cessante da Associação de Futebol de Lisboa, nas eleições dos órgãos sociais rumo ao quadriénio 2024-2028, deixando para trás uma década à frente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).
“Eu sou amigo de muitas pessoas, mas não reconheço nelas as mesmas capacidades de liderança, visão e, acima de tudo, trabalho e método que revejo no Pedro. É uma pessoa diferenciada, que vai colocar tudo de si neste novo projeto e trabalhar 24 horas sobre 365 dias. Ele não irá parar e tornará a FPF ainda melhor do que é hoje, até porque há sempre coisas a melhorar, independentemente do mérito [da direção] anterior. Estou convencido de que vamos ter um antes e depois, seja num ciclo de quatro, oito ou 12 anos”, projetou.
Evocando um “caráter muito forte, ambicioso e organizado”, Duarte Gomes vê os perfis pessoal e profissional do dirigente “a casarem muito bem”, amparando “o seu sucesso na gestão de empresas, no trabalho realizado na LPFP e no que se propõe a fazer na FPF”.
“É extremamente consistente e, por exemplo, é incapaz de falhar um treino numa época inteira, nem que chova muito, faça frio e as condições estejam péssimas ou mesmo que não houvesse competição e fosse mais fácil ficar em casa. Tem um compromisso muito parecido ao do Cristiano Ronaldo em matéria de profissionalismo. O sucesso dá imenso trabalho e, no caso dele, aparece a vários níveis, pois trabalhou e trabalha muito”, frisou.
Duarte Gomes já conhece Pedro Proença desde os 18 anos e continua a percecionar os mesmos princípios de vida no amigo, que “não se deixa desviar do rumo por nenhuma distração” e tem sido nas funções de gestor “a extensão do que foi como árbitro” de elite.
“Fizemos um percurso muito semelhante na arbitragem e éramos colegas de treino, pois vivíamos no mesmo sítio e frequentávamos os mesmos centros de treino e núcleos de arbitragem. Fizemos isso durante décadas e o Pedro foi sempre a mesma pessoa desde que entrou para a faculdade até ao momento. Isto tem vantagens e desvantagens. Criou uma personalidade extremamente vincada e teimosa. Até pode ter mau feitio de vez em quando, mas, no seu caminho para o sucesso, está bem ciente do que pretende”, traçou.
Árbitro de primeira categoria de 1997 a 2016, Duarte Gomes chegou a ser fiscal de linha nos escalões distritais lisboetas de Proença, que auxiliaria com as já extintas funções de assistente adicional nas finais da Liga dos Campeões de 2011/12 e do Europeu de 2012.
“Foi marcante. Obviamente, foi o ano mais feliz da sua carreira, porque apitou duas finais europeias num período inferior a dois meses e foi considerado o melhor do mundo nesse ano [pela IFFHS, Federação Internacional de História e Estatística do Futebol]”, recordou, sobre alguém com quem tem construído uma “relação muito fraternal, de irmãos quase”, encimada “desde sempre por conexões bastante próximas entre as respetivas famílias”.
A “propensão inata para a arbitragem” e a “sensibilidade quanto à natureza do jogo, aos contactos físicos e às reações” dos intervenientes em campo fizeram com que Pedro Proença “errasse menos”, adquirindo uma credibilidade independente do grau de acerto.
“Quando os jogadores respeitam um árbitro, não protestam tanto, não discutem as suas decisões e permitem que haja um ambiente muito mais favorável à decisão. Ou seja, há menos pressão e fica tudo mais fácil. Ele teve sempre esse mérito de se posicionar com uma imagem firme e credível perante todos os eventos desportivos, o que lhe valeu e, pelos vistos, também hoje lhe vale o respeito de todos os parceiros do futebol”, terminou.
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