O candidato da lista C à presidência do FC Porto, José Fernando Rio, admitiu que Sérgio Conceição é o seu treinador de eleição e que, caso seja eleito, vai “conversar com o técnico para falar do futuro”.
Rio, bastante crítico da liderança de Pinto Costa, chegou mesmo a referir que, “no último mandato do presidente, a contratação de Sérgio Conceição foi a única grande decisão acertada”.
“O campeonato vai agora começar e, obviamente, o Sérgio Conceição é o meu treinador até ao final da temporada. Espero que tudo lhe corra bem e desejo que seja campeão nacional. Depois, temos que conversar. Tenho que saber quais são as suas ideias, o que ele pretende fazer. Depois dessa conversa veremos o futuro. Confesso que tenho admiração pelo trabalho de Sérgio Conceição e pelo que tem vindo a desenvolver no FC Porto. É um treinador que se identifica muito com a alma portista e daí que é uma opção válida. E talvez tenha sido, nestes últimos quatro anos, a única grande decisão acertada de Jorge Nuno Pinto da Costa”, salientou também.
Sobre o facto de não ter nomes de figuras históricas e emblemáticas do FC Porto na lista, José Fernando Rio não hesitou em explicar os motivos.
“Conversei com muitos históricos do clube, muitos ex-jogadores que foram referência no FC Porto, que foram inclusive capitães. Conversei também com alguns antigos elementos das equipas técnicas do FC Porto. A análise de cada um é muito parecida com a minha. A realidade é que depois não estão prontos para dar a cara num confronto direto com Jorge Nuno Pinto da Costa. O atual presidente marcou uma geração de jogadores e treinadores, e embora muitos deles concordem que há um ciclo que já devia ter terminado ou que deve ter terminado agora, não têm ainda esse à-vontade para assumir isso agora. Se eu ganhar nenhum deles vai ficar em casa e nenhum deles terá vergonha”, salientou.
O candidato não escondeu ainda o desejo de poder estar a concorrer nestas eleições com nomes sonantes que têm vindo a ser apontados como possíveis sucessores de Pinto da Costa, como é o caso de António Oliveira, André Villas-Boas, Rui Moreira, Antero Henrique e o próprio Vítor Baía.
“A maior parte desses nomes são críticos da atual direção do FC Porto. A maior parte deles também trabalhou com Pinto da Costa e por isso há uma ligação emocional. Se eles são portistas deviam ter dado agora um passo em frente para que o futuro do FC Porto fosse assegurado desde já. Acho que a altura era agora. Nunca o FC Porto esteve tão mal financeiramente e por isso acho que era o momento de que quem ama verdadeiramente o clube surgir para debater as ideias, apresentar novos projetos. Porque alguma coisa se aproveita. Eu vejo a atual direção a pegar nas minhas bandeiras para a campanha que está a fazer. É sinal de que elas são válidas, fortes e representam os anseios dos sócios do FC Porto”, referiu ainda.
Tendo a aposta na formação como a principal bandeira das propostas para o futebol, José Fernando Rio não esqueceu as modalidades, afirmando devolver um ecletismo de outros tempos, lembrando que, “quando Jorge Nuno Pinto da Costa tomou posse, o FC Porto era um clube muito mais eclético do que agora, tinha muitas mais condições para as modalidades”.
“Tinha mais modalidades, tinha dois pavilhões. Temos que, dentro do quadro atual, com o Dragão Arena e com parcerias com câmaras e com outras instituições da cidade, manter as modalidades que temos. E depois ir aumentando, pouco a pouco, as modalidades”, referiu.
Como ambição, o candidato quer “construir um pavilhão para que possam albergar mais modalidades”, assim como uma academia para as modalidades.
“Queremos o regresso do voleibol masculino, queremos implementar a equipa de futsal, que compita para ganhar não só o campeonato, mas também provas e competições internacionais. Queremos ter uma equipa de futebol feminino e queremos que todas as modalidades tenham a vertente feminina”, enumerou.
José Fernando Rio acredita que, independentemente, do buraco financeiro que ensombra o FC Porto, “com determinação e imaginação”, é possível concretizar as propostas.
“O que é preciso é que haja vontade. Porque não tivemos vontade e estivermos acomodados não há soluções. Quando queremos fazer coisas novas há sempre uma solução. Com determinação e imaginação consegue-se arranjar soluções para essas questões”, disse ainda.
O candidato não pensa em outro resultado que não a vitória nestas eleições, defendendo que tudo o que defende e pretende para o clube é semelhante ao que todos os portistas querem.
“Estou aqui para ganhar. Acho que as minhas ideias são boas e vão ao encontro dos anseios dos portistas. Aqui o que pode fazer a diferença é saber se as pessoas estão preparadas para o assumir”, finalizou.
As eleições no FC Porto acontecem nos próximos dias 6 e 7 de junho e tem 4 listas que vão a votos – a lista A, encabeçada por Jorge Nuno Pinto da Costa, a lista B, liderada por Nuno Lobo, a lista C, de José Fernando Rio, e a lista D que concorre apenas para o Conselho Superior e é liderada por Miguel Brás da Cunha.
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