Vítor Pereira assume ao SAPO Desporto a sua apreensão com a nova época da arbitragem portuguesa, não pela qualidade dos árbitros mas pelo aumento do número de jogos.
«Estou de facto preocupado com a situação, uma vez que a estrutura da arbitragem não é profissional e do meu ponto de vista os árbitros vão ter dificuldades acrescidas em conciliar a vida profissional com a arbitragem», afirma o presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
Em declarações ao SAPO Desporto, Vítor Pereira lançou o alerta para a sobrecarga competitiva que se coloca perante os árbitros, sobretudo devido ao alargamento da II Liga. «Vai haver mais de uma centena de jogos em dias de trabalho. Os árbitros até vivem bem com a pressão, vivem é mal com os erros», refere.
O líder dos árbitros confirma assim a conversa revelada este domingo por Marcelo Rebelo de Sousa no seu programa na TVI, onde o mediático comentador declarou que o nível da arbitragem em Portugal vai piorar este ano. Contudo, Vítor Pereira confessa não ter ouvido as declarações do "professor".
Questionado ainda se esta nova pressão competitiva sobre os árbitros vai influenciar o processo de profissionalização da arbitragem portuguesa, Vítor Pereira prefere jogar à defesa: «Não consigo responder a essa questão». Paralelamente, promete um balanço sobre esta nova situação «mais para a frente».
De salientar que os árbitros, não sendo profissionais, ocupam profissões fora do futebol e têm de treinar e comparecer nos jogos mesmo em dias de trabalho. Este esforço acrescido, apesar de não justificar tudo, pode, de acordo com Vítor Pereira, prejudicar a prestação dos árbitros.
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