O ex-internacional senegalês Fary Faye prometeu hoje tornar o Boavista “credível, transparente e respeitado”, no dia seguinte à inédita eleição para a presidência da SAD, responsável pela administração do futebol profissional ‘axadrezado’.
“É isso que prometo, na defesa dos valores da nossa casa. Tenho em mim, e na minha equipa, a energia, competência, força e confiança [necessárias] para cumprir a promessa e dar início a um novo ciclo no Boavista”, frisou, em declarações citadas pelas ‘panteras’.
O ex-avançado encabeçou a única lista concorrente aos órgãos sociais da Boavista SAD formalizada em Assembleia Geral de acionistas pela Jogo Bonito, sociedade detida pelo investidor Gérard Lopez e detentora de uma posição maioritária no capital ‘axadrezado’.
“É com grande honra e sentido de responsabilidade que assumo a Boavista SAD. Aceito este desafio com a humildade, compromisso e determinação de sempre, consciente do legado que carrego e das responsabilidades ligadas a um cargo desta dimensão”, disse.
Além de Fary Faye, que jogou pelo Boavista em duas fases (2003-2008 e 2012-2015) e passou a exercer cargos diretivos na estrutura ‘axadrezada’ há nove anos, foram eleitos mais quatro administradores rumo ao mandato 2024-2026, com 99,99% de votos, numa Assembleia Geral de acionistas que reuniu representantes de 92,37% do capital social.
José Carmelo Fraile terá poderes executivos, ao contrário de Pepe Roibas, de Joaquim Agostinho e da ex-futebolista internacional portuguesa e atual treinadora Alfredina Silva.
“Quero expressar um agradecimento público a Gérard Lopez, que confiou em mim para ocupar esta posição de enorme relevo no universo do Boavista. Comprometo-me a dar o melhor, com a missão de encetar um caminho de recuperação e de crescimento. Temos um longo caminho a percorrer e assumo, sem qualquer receio, que nunca me faltará a coragem para tomar as decisões necessárias para o bem do Boavista”, enquadrou Fary.
O ex-jogador, de 49 anos, tinha sido promovido de diretor desportivo a administrador do Boavista em maio de 2023, ficando com atuação exclusiva na área do futebol, e era o único membro da equipa anterior chefiada por Vítor Murta que não estava demissionário.
José Carmelo Fraile e Pepe Roibas haviam renunciado aos seus cargos em divergência com o antecessor de Fary, mas estão agora de volta ao conselho de administração por indicação de Gerard López, que mantém três elementos na cúpula da SAD ‘axadrezada’.
“Tenho total consciência dos problemas do presente. Nunca fugirei deles, como também sei que terei pela frente um desafio de enorme dificuldade. Não serão tempos fáceis, mas estou certo de que corresponderei à exigência”, reconheceu, numa temporada em que o conjunto do Bessa chegou a ter ordenados em atraso na sua estrutura e prossegue com três dezenas de impedimentos de inscrição de novos jogadores determinados pela FIFA.
Vítor Murta, de 48 anos, não foi convidado por Gerard López para fazer mais um mandato na SAD e encerrou em finais de abril um ciclo iniciado em 2020, quando substituiu Álvaro Braga Júnior, mas vai continuar na liderança do clube, para o qual foi eleito sem oposição pela primeira vez em 2018, em sucessão de João Loureiro, sendo reconduzido em 2022.
O Boavista ocupa a 14.ª posição da I Liga, com 31 pontos, três acima da vaga de acesso ao play-off de manutenção, e visitará o FC Porto, terceiro colocado, com 66, no domingo, às 20:30, no Estádio do Dragão, no Porto, no dérbi portuense da 33.ª e penúltima ronda.
“Tenho a perfeita noção das mudanças que os boavisteiros esperam ver concretizadas, mas, em primeiro lugar, temos de garantir os objetivos desportivos da equipa de futebol, contando, como sempre, com a união e força de todos os nossos adeptos”, definiu Fary.
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