O FC Porto enfrentou profundas mudanças estruturais e está comedido no mercado perante as saídas dos influentes Pepe e Mehdi Taremi, agarrando-se aos próprios meios para alimentar perspetivas de competitividade na I Liga de futebol.

Eleito há três meses como sucessor de Pinto da Costa, então presidente há 42 anos e 15 mandatos, nas eleições mais participadas da história do clube, o antigo treinador portista André Villas-Boas tem colocado em marcha um novo modelo organizacional, apesar dos incumprimentos financeiros e das dificuldades de tesouraria herdados da anterior gestão.

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Se o ex-guarda-redes espanhol Andoni Zubizarreta tornou-se diretor desportivo, o antigo internacional português Jorge Costa terminou a carreira técnica e regressou ao clube no qual foi defesa central e capitão para dirigir um novo ciclo no futebol profissional portista.

A grande alteração aconteceu no comando da equipa principal, com Sérgio Conceição a desvincular-se sete temporadas depois, abrindo espaço à promoção do ex-adjunto Vítor Bruno, com quem já trabalhava há 12 anos, mas entrou numa mediatizada rutura laboral.

Estreante na chefia de equipas técnicas, o filho de Vítor Manuel - com mais de 500 jogos nos bancos na I Liga - recebeu um legado significativo do treinador com mais encontros, vitórias e títulos da história do FC Porto, numa fase em que o clube necessita de reduzir massa salarial e voltou a estar sob vigilância do regime de ‘fair play’ financeiro da UEFA.

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O defesa central internacional português e capitão Pepe, de 41 anos, fechou a segunda passagem pelo Dragão em fim de contrato, num total de oito anos e meio de ligação, tal como o avançado iraniano Taremi, melhor marcador da I Liga em 2022/23 e autor de 91 golos nas últimas quatro épocas, assinou a custo zero pelo campeão italiano Inter Milão.

As saídas de elementos influentes sem retorno intensificaram-se no ocaso da gestão de Pinto da Costa, que, logo antes das eleições, ativou junto do Ajax a opção de compra do dianteiro Francisco Conceição, filho do antigo treinador, por 10,5 milhões de euros (ME).

Esse foi o único investimento feito até ao momento pelo FC Porto, que recuperou alguns ‘proscritos’ na tentativa de superar o terceiro lugar de 2023/24, quando ficou a 18 pontos do campeão Sporting e a oito do Benfica, segundo, rumando diretamente à Liga Europa.

André Franco, Iván Jaime e Toni Martínez deixaram de trabalhar à parte com a saída de Sérgio Conceição e David Carmo e Fran Navarro terminaram cedências ao Olympiacos, vencedor da Liga Conferência, aquilatando um plantel com sete unidades que alternarão entre a equipa sénior e B, da II Liga, e ajudaram no pleno de nove vitórias na pré-época.

Mesmo longe do ímpeto dos rivais no mercado e com os recém-chegados internacionais em diferentes etapas de acomodação ao ‘4-2-3-1’ de Vítor Bruno, o FC Porto logrou uma estreia auspiciosa no sábado, ao vencer a Supertaça Cândido Oliveira pela 24.ª vez, em Aveiro, ‘virando’ três tentos de desvantagem face ao Sporting (4-3, após prolongamento).

Na estreia na I Liga, venceu em casa o Gil Vicente por 3-0.