O administrador da SAD do FC Porto Fernando Gomes mostrou-se hoje descrente relativamente a um eventual investimento estrangeiro numa participação minoritária das ações da sociedade do atual campeão da I Liga de futebol.
Na segunda-feira, o grupo Qatar Sports Investments, proprietário do campeão francês Paris Saint-Germain, assinou um acordo de compra de ações com a Olivedesportos, SGPS S.A. para aquisição de 21,67% do capital social da SAD do Sporting de Braga.
“Não é provável nem fácil que aconteça no FC Porto aquilo que sucedeu no [Sporting de] Braga, porque a composição acionista dos dois clubes é muito diferente. O FC Porto tem uma maioria de 75% das ações. Só com o consentimento do FC Porto e uma decisão da administração e em assembleia-geral é que seria possível diminuir este valor”, lembrou o vice-presidente dos ‘dragões’, durante a sessão de apresentação das contas de 2021/22.
Em comunicado, o grupo com investimentos em marcas e negócios desportivos líderes a nível mundial e o terceiro classificado da I Liga divulgaram à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a celebração desse contrato de compra e venda de ações.
“Os irmãos Oliveira têm uma participação conjunta na ordem dos 11,5%, pelo que seria preciso que alguém a comprasse diretamente. A Braga SAD tem minoria no capital. A FC Porto SAD tem maioria absolutíssima. Não sei quem faria uma operação dessas sem ter qualquer espécie de participação na gestão da sociedade. Não é nada provável que isso aconteça no FC Porto, a menos que algum dia a administração decida que esse seja um caminho”, agregou Fernando Gomes, ao lado do presidente Jorge Nuno Pinto da Costa.
Quatro dias depois da oficialização das renovações dos futebolistas João Mário, Zaidu, Pepê e Evanilson até 2027, o dirigente máximo dos campeões nacionais reconheceu que esses processos “não teriam sido possíveis” se o clube “estivesse numa situação pior”.
“Os jogadores foram muito procurados e solicitados esta época. Pelo aspeto desportivo, foi decisão nossa não os deixar sair, senão tínhamos feito algo mais no plano financeiro. Como não precisávamos, renovámos os seus contratos, melhorámos as condições e aumentámos as cláusulas [de rescisão]. Por exemplo, quem quiser levar o Pepê tem de pagar 75 milhões de euros (ME) em vez de 60. Não foi só dar mais tranquilidade a cada um dos jogadores, mas financeiramente também nos protege dos ‘tubarões’”, sublinhou.
Jorge Nuno Pinto da Costa revelou na sexta-feira que poderão existir mais renovações, querendo “fazer tudo” para prolongar os vínculos dos “atletas que interessam” e “ter uma equipa que não obrigue o treinador [Sérgio Conceição] a estar a inventar todos os anos”.
“Todos os jogadores que interessam ao treinador estão em fase de negociação, mas não vou revelar nenhum, porque não faz parte da nossa maneira de trabalhar. Se é possível [renovar] com todos? Não sei. Se assim não for, vamos ter de colmatar qualquer saída”, terminou o dirigente, durante a sessão decorrida hoje no Estádio do Dragão, no Porto.
Ao lucrar 20,765 ME na época 2021/22, o FC Porto registou o segundo melhor resultado líquido consolidado de sempre e prepara-se, segundo o administrador Fernando Gomes, para sair do regime de ‘fair play’ financeiro da UEFA, que já vigora desde junho de 2017.
Na última época, a equipa dirigida por Sérgio Conceição venceu o 30.º título de campeão nacional e a 18.ª Taça de Portugal, mas foi afastada na fase de grupos da Taça da Liga e da Liga dos Campeões, para além de ter alcançado os oitavos de final da Liga Europa.
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