O Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) abriu um processo de averiguações ao denominado “Caso Cardinal” a 16 de abril, disse hoje à agência Lusa uma fonte ligada ao processo.

O órgão disciplinar, liderado por Herculano Lima, decidiu por iniciativa própria desencadear o processo de averiguações ao caso que envolve o vice-presidente do Sporting Paulo Pereira Cristóvão, que foi constituído arguido juntamente com outras duas pessoas no âmbito de uma investigação por denúncia caluniosa qualificada, e o árbitro auxiliar José Cardinal.

Depois de ter pedido a suspensão do seu mandato a 12 de abril, Paulo Pereira Cristóvão regressou cinco dias depois ao Conselho Diretivo “leonino”, na sequência de uma reunião que ocorreu na terça-feira.

O dirigente pediu a suspensão depois de ter sido constituído arguido no caso do depósito de dois mil euros na conta de José Cardinal, dias antes do jogo dos quartos de final da Taça de Portugal com o Marítimo, no Funchal, para o qual o auxiliar esteve nomeado e acabou por ser substituído.

Na semana passada, fonte ligada à investigação disse à Lusa que os três arguidos são o vice-presidente do Sporting Paulo Pereira Cristóvão, ex-inspetor da Polícia Judiciária (PJ), o elemento que segundo a denúncia estava a depositar dinheiro na conta do árbitro de futebol assistente e uma pessoa ligada profissionalmente ao dirigente "leonino".

Na base da investigação está uma denúncia feita pelo próprio Sporting à FPF, na sequência de uma alegada informação anónima segundo a qual alguém na Madeira tinha depositado dois mil euros em dinheiro na conta bancária de José Cardinal, e que levou a federação a apresentar queixa às autoridades.

Ainda de acordo com a mesma fonte, na investigação apurou-se que quem fez o depósito é uma pessoa que profissionalmente está ligada ao vice-presidente do Sporting e terá, alegadamente, atuado para impedir que o árbitro auxiliar fizesse parte da equipa de arbitragem no encontro da Taça com os insulares.