Numa mensagem dirigida aos sócios, o presidente do Sporting Frederico Varandas destacou "a época de 2020/2021 [que] ficará nos 115 anos de história do Sporting CP como um dos pontos mais altos da procura pela excelência" do emblema de Alvalade "sobretudo pelo contexto" difícil.
"Este último ano desafiou-nos com curvas inesperadas no caminho. Adaptámo-nos às curvas, mas não ‘curvámos’ a nossa missão, e jamais o nosso caráter. Este é o nosso caminho", conclui o presidente do Sporting, na mensagem aos sócios, inscrita no relatório e contas do clube relativo à época 2020/21 e que terminou com lucro de 135 mil euros.
"Ganhámos três títulos europeus (UEFA Futsal Champions League, Liga Europeia de hóquei em patins e Taça Continental de hóquei em patins), ganhámos três Campeonatos Nacionais das cinco modalidades de pavilhão (basquetebol, futsal e hóquei em patins), tivemos um Campeão do Mundo de judo pela segunda vez consecutiva (Jorge Fonseca) e duas medalhas de ouro nos Europeus de atletismo em pista coberta (Auriol Dongmo e Patrícia Mamona), duas medalhas Olímpicas (novamente Jorge Fonseca e Patrícia Mamona) e dez Paralímpicas, ganhámos também muitos mais títulos nacionais em várias modalidades, vencendo ao mesmo tempo uma pandemia que nos retirou a presença (física) dos nossos sócios e adeptos. E vencemos ainda o caminho de um modelo que está a ser construído com base na Formação, também parte constituinte do nosso ADN. Ganhou o Sporting CP porque ganha a sustentabilidade do clube", salienta o presidente do Sporting, certo de que "o sucesso desta época não compromete a perseguição do sucesso das próximas."
"Temos a plena consciência de onde viemos, das difíceis opções que tivemos que tomar para aqui chegar e do longo caminho que ainda temos que percorrer. O sucesso passado não assegura o sucesso futuro. O futuro é assegurado pela construção das bases necessárias para edificar e estabilizar o modelo definido, e para o qual foram fundamentais os passos que demos esta época no arranque do projeto da Academia de Modalidades, da remodelação do Multidesportivo, e do início do processo de digitalização do clube", destaca.
O Conselho Fiscal e Disciplinar deixou ainda um alerta: O Sporting "mantém uma situação económico-financeira em que os Fundos Próprios representam 11,7% do total do seu ativo e os fluxos gerados nas operações são reduzidos tendo em consideração a dimensão do passivo financeiro existente, o que foi agravado face à situação pandémica gerada pelo vírus SARS-CoV-2 e da doença Covid-19." "Assim, é opinião deste Conselho Fiscal e Disciplinar que só será possível ultrapassar esta fase difícil, caso sejam mantidas e reforçadas as medidas que têm sido tomadas nos últimos anos com vista à redução dos custos operacionais e de aumento de receitas que levem ao equilíbrio operacional das contas do Sporting CP, equilíbrio este que continua a não se verificar neste momento", destaca, acrescentando que "O Conselho Fiscal e Disciplinar alerta de novo para o facto desta situação, que se vem repetindo ao longo dos últimos anos, não ser sustentável e pôr em causa a viabilidade futura do Sporting CP. Por esta razão o Conselho Fiscal e Disciplinar reitera mais uma vez que este é um processo que não pode ser interrompido e deve continuar efetivamente, pois os seus resultados só serão visíveis no médio prazo. A não prossecução deste caminho poderá colocar em causa a viabilidade financeira do clube", termina-se.
O Sporting apresentou um resultado líquido de 135 mil euros no último exercício (2020/21), depois de ter registado um prejuízo próximo de 3,5 milhões de euros na temporada anterior, segundo os relatórios e contas hoje divulgados pelos ‘leões’.
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