Um árbitro a falar ao telefone com o VAR e a reverter uma decisão tomada em campo sem rever as imagens. Este cenário ocorreu no polémico FC Porto-Arouca, da 4.ª jornada da Primeira Liga, e rapidamente tornou-se viral nas redes sociais.

Aos 90 minutos de jogo, o árbitro Miguel Nogueira assinalou uma grande penalidade sobre o avançado iraniano Mehdi Taremi do FC Porto, tendo revertido a decisão, após contacto telefónico com o videoárbitro (VAR), sem que tivesse revisto as imagens do lance ocorrido aos 90+6 minutos.

Sem acesso às imagens, o árbitro Miguel Nogueira confiou no que lhe disse o seu colega no videoárbitro. Depois dirigiu-se aos treinadores das duas equipas para revelar a decisão de reverter a referida grande penalidade, uma ação contestada, imediatamente após o jogo, pelo FC Porto, que protestou o encontro.

O caso correu mundo e lá foram várias publicações deram conta do momento que se tornou um meme nas redes sociais: um árbitro a reverter uma decisão tomada em campo com uma chamada telefónica. Em Itália, o "Corriere dello Sport" classificou de "absurda" a cena do árbitro a falar com o VAR ao telefone.

O site de notícias espanhol Infobae diz que foi uma "cena insólita". O site Relevo escreveu: "O futebol português supera-se, o VAR não funciona, decisão é tomada por telefone."

O 'The Sun' em Inglaterra fala em "momento de choque" e apelida de "polémico" a decisão de Miguel Nogueira em reverter em anular a grande penalidade sem ter acesso às imagens.

Nas redes sociais o momento tornou-se viral.

O Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) explicou a decisão com o facto de o sistema de videoarbitragem no Estádio do Dragão, no Porto, ter estado 14 minutos sem energia, e do suporte de reserva estar esgotado.

Em comunicado enviado à agência Lusa, o Conselho de Arbitragem (CA) da FPF deu conta da informação técnica sobre o recurso ao telemóvel pelo árbitro Miguel Nogueira, para apreciar um lance de possível grande penalidade sobre o iraniano Mehdi Taremi, que assinalou, tendo revertido a decisão, sem que tivesse revisto as imagens do lance ocorrido aos 90+6 minutos.

O CA confirmou a falha de comunicações e vídeo na área de revisão do árbitro (RRA, na sigla em inglês), ao minuto 87 do encontro disputado no domingo, no recinto ‘azul e branco’, e o recurso, face a essa falha, a “um equipamento móvel – disponível em todos os estádios - a fim de comunicar com o Centro de videoarbitragem, na Cidade no Futebol”.

“Ao analisarem o incidente, os técnicos concluíram que a única tomada elétrica disponível na área de revisão do estádio não tinha corrente elétrica e que ao longo do jogo o sistema de energia de reserva - também conhecido como UPS (Uninterrupted Power Supply) – esgotou-se”, detalha o comunicado.

De acordo com a mesma fonte, “esta tomada elétrica não possui energia socorrida ou assistida”, tendo, devido à falta de energia, sido iniciado “o processo de mudança dos equipamentos para o segundo sistema de energia de reserva (UPS), tendo o serviço sido completamente restabelecido ao minuto 101”.