O avançado Hugo Vieira assumiu hoje a vontade de encerrar a carreira futebolística ao serviço do Gil Vicente, ao qual regressou em janeiro para cumprir uma terceira passagem distinta pelo 11.º classificado da I Liga.
“O meu futuro é o hoje. Não escondo que podem aparecer coisas boas financeiramente, mas o dinheiro não é o mais importante. Vou estar ligado ao Gil Vicente para sempre e, se for para fora, voltarei de novo. É aqui que quero acabar e sei que as pessoas também o querem”, frisou o dianteiro, numa conversa promovida pelo emblema de Barcelos.
Hugo Vieira, de 31 anos, regressou ao Gil Vicente em janeiro, após rescindir com os turcos do Sivasspor, somando um golo em seis aparições aos 32 tentos em 102 partidas realizadas entre 2009 e 2012 e nas épocas 2012/13 e 2013/14, para ficar a dois remates certeiros do “objetivo muito grande” de ser o melhor marcador do “clube do coração”.
“Estou muito bem, mas posso ajudar muito mais e é isso que acontecerá no futuro com toda a certeza. A próxima temporada vai ser fundamental para o clube e não descarto a possibilidade de ajudá-lo a alcançar os objetivos. Vou ter o segundo filho em agosto e não é uma boa altura para sair, mas vamos ver. O futuro a Deus pertence”, partilhou.
Natural de Barcelos, onde se sagrou campeão da II Liga em 2010/11, o avançado pertenceu aos quadros de Estoril, Benfica e Sporting de Braga, mas nunca se estreou pelas 'águias', que acabaram por cedê-lo ao Gil Vicente, tal como os 'arsenalistas', enquanto “pensou em desistir do futebol” devido à doença oncológica da namorada.
“Passei por muitos obstáculos, mas as grandes batalhas são para os grandes guerreiros e eu considero-me um guerreiro dentro e fora do relvado. Houve uma fase da minha vida em que o futebol não era o mais importante e cheguei a pensar em parar. Felizmente não me deixaram e foi isso que me deu forças para depois voltar a gostar de viver”, recordou.
Hugo Vieira já tinha voltado a emigrar quando a companheira morreu em janeiro de 2015, juntando as experiências nos russos do Torpedo, nos sérvios do Estrela Vermelha e nos japoneses do Yokohama Marinos a um currículo internacional com passagens anteriores pela equipa B dos franceses do Bordéus e pelos espanhóis do Sporting Gijón.
De regresso a Barcelos, o dianteiro formado no Santa Maria encontrou uma estrutura a “remar para o mesmo lado” e com “muita força para o que aí vem”, na sequência de “anos muito complicados” assinalados pelo ‘caso Mateus’, que culminou com o regresso administrativo do Gil Vicente à elite esta época, a partir do Campeonato de Portugal.
“O fator casa estava a ser fundamental e é assim que temos de continuar. O futuro do clube é reorganizar-se, concluir o complexo, ganhar mais jogos e começar a lutar por outro estatuto”, apontou Hugo Vieira, sobre o percurso dos minhotos, que ocupam o 11.º lugar, com 33 pontos, nove acima da zona de salvação, à entrada para as seis jornadas finais.
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