Jorge Jesus deu uma entrevista ao 'Canal 11', onde falou do seu trabalho no Fenerbahçe, mas também do seu passado em Portugal. O técnico deixou o Benfica a meio da época passada e, agora, explicou o que esteve na base da sua decisão.

Como foi a saída do Benfica? "Foi uma tomada de decisão minha, não foi nada de novo e que não fizesse noutros clubes. Estávamos nas frentes todas, saímos a quatro pontos de FC Porto e Sporting, estávamos na 'final four' da Taça da Liga, a única competição em que fomos eliminados [Taça de Portugal] foi num jogo em que não estive, no Dragão. Se estivesse não tinha acontecido, sem dúvida nenhuma. Foi uma decisão que eu tomei. Não foi por causa desse jogo, várias coisas estavam a acontecer."

Não se sentia querido no clube? "Foi um pouco isso, também. Eu fui sempre querido no Benfica. O que sou como treinador, principalmente na Europa, devo aos seis anos que estive no Benfica, sempre senti que era querido. Estes dois anos que voltei, e não voltei no momento certo, porque foi na pandemia, era novidade para todos, mas não estou nada arrependido de ter voltado. O Benfica é um grande clube, não saí magoado nem triste, zero. Tomei essa decisão, sempre tive um bom relacionamento com os jogadores. Quiseram crucificar o Pizzi, nada disso. Há sempre situações entre jogadores e treinadores, normalmente, em todas as equipas, e resolve-se com facilidade. Achei que era o momento de sair, por várias coisas que tinham acontecido."

O Benfica teria feito melhor se tivesse continuado? "Agora é fácil dizer isso. Mas o Benfica tem grandes jogadores e acho que este ano acho vai ser um grande candidato, é sempre. Acredito muito no Lourenço Coelho e nas ideias dele. O Benfica tem tudo para voltar a ser campeão."

A Relação com Rui Costa foi abalada? "Não. É o presidente certo para o Benfica, vai ter êxito, tem tudo para dar certo."

O que pode dizer de Roger Schmidt, técnico que defrontou? "Traz ideias diferentes, é um treinador que tem mais conhecimento de alguns jogadores estrangeiros que algum técnico português. Traz uma novidade logo aqui. Não conheço como trabalha, conheço pelas vezes que o defrontei mas não tenho capacidade para analisar a sua qualidade de trabalho."

Explicações para o falhanço de Everton Cebolinha no Benfica: "Quando o fui buscar era um jogador feito, de seleção e que não deixava dúvidas e com um futebol de muito talento. No Flamengo joguei várias vezes contra o Grémio e tivemos atenção ao espaço em que podia jogar. Demorou algum tempo a adaptar-se ao Benfica e à forma como queria que ele jogasse sem bola. No segundo ano no Benfica, quando apostei num 3x4x3 tinha muito a ver com ele e com o Rafa. São jogadores que não defendem muito e eu quis dar-lhe liberdade e foi aí que jogou melhor. Optou por sair para o Flamengo. Apesar de não estar a jogar, o talento está lá e vai conseguir voltar às suas qualidades individuais."