Três dos jogadores que contribuíram para a permanência do Vizela na I Liga portuguesa de futebol acreditam que o clube minhoto tem “margem” para fazer “melhor” na época 2022/23, após a “experiência” ganha no regresso à elite nacional.

No campeonato recém-terminado, que encerrou um hiato de 37 anos sem competir no escalão maior, após a estreia de 1984/85, os vizelenses classificaram-se na 14.ª posição, e Kiko Bondoso, elemento mais utilizado na prova, ao somar 2.729 minutos em 34 partidas, reconheceu que o grupo treinado por Álvaro Pacheco está pronto para “crescer” após uma “época difícil”.

“O clube tem muita margem para evoluir. As condições que temos hoje permitem pensar isso. Este foi um ano de estreia, para ganhar confiança e ritmo para outros voos. Penso que, para o ano, o Vizela se vai apresentar melhor”, disse aos jornalistas o extremo, autor de seis golos e de quatro assistências na competição.

Estreante na I Liga, depois de contribuir para duas subidas consecutivas do Vizela, a partir do Campeonato de Portugal, em 2019/20, Kiko Bondoso admitiu que o grupo sentiu “dificuldades de adaptação” contra equipas e jogadores “mais experientes”, antes de ganhar o “ritmo de jogo” e a “confiança” que conduziram à permanência.

Convencido de que a “envolvência com os adeptos” ajudou o clube ao crescer nos últimos três anos, o ala de 26 anos escolheu o embate da primeira jornada, com o Sporting, em Lisboa (derrota por 4-0), e o da 33.ª, com o Marítimo, em casa, que assegurou a continuidade entre os ‘grandes’ (1-1) como os jogos mais especiais.

Vinculado aos minhotos até 2024, Kiko Bondoso disse ainda que o “aspeto mental” foi o “maior obstáculo” da época, tendo-o conseguido ultrapassar graças às “vitórias e aos pontos” que foram surgindo ao longo do campeonato.

Outro estreante na I Liga, o médio Alex Méndez mostrou-se “feliz” pelo contributo para a manutenção do Vizela, ao longo de 1.457 minutos em 27 jogos, numa temporada de aprendizagem após passagens pelas ‘camadas jovens’ de LA Galaxy (Estados Unidos) e Friburgo (Alemanha), bem como pela equipa B do Ajax (Países Baixos).

“Aprendi muito, não só com os jogadores, mas também com as pessoas de Vizela, que me ajudaram muito desde que cheguei. Isso foi muito importante para mim. Aprendi certos aspetos táticos que foram importantes”, esclareceu.

O norte-americano, de 21 anos, reconheceu ainda que o seu único remate certeiro no campeonato, desferido de fora da área em pleno Estádio do Dragão, frente ao campeão FC Porto (derrota 4-2), foi um “grande golo”, antes de elogiar o espírito de “família” vivido no balneário.

De regresso ao escalão maior do futebol nacional, após a passagem pelo Moreirense, na época 2018/19, e a saída para a Turquia, Ivanildo Fernandes defendeu também que o Vizela é uma “grande família”, que teve na “união do grupo” a “maior virtude” da temporada.

“Foi uma época conseguida. Conseguimos o principal objetivo, que era a manutenção, fruto de um grande trabalho de toda a estrutura e da equipa técnica. (…) Este é capaz de ser um dos melhores grupos em que já trabalhei. Todos estão aqui para se ajudarem uns aos outros”, afirmou.

Sem competir desde dezembro de 2021 até março de 2022, devido a lesão, o central de 26 anos classificou a sua época de “boa”, já que deu “a volta por cima”, ‘assinou’ uma “excelente reta final” e somou 19 jogos oficiais por uma equipa que se pode “fortalecer” para 2022/23.

“Esta foi uma experiência boa, porque há colegas meus que nunca tinham jogado na I Liga. O grupo já percebeu que a I Liga tem muita qualidade. Fomos adquirindo experiência. Acredito que isso vai fortalecer o grupo para o ano”, perspetivou.