O presidente do Vitória de Guimarães, Júlio Mendes, disse hoje que a estratégia de crescimento do clube da I Liga portuguesa de futebol passa por afirmar o "caráter" dos vitorianos, além de obter resultados e "formar jovens".

O dirigente afirmou, durante a comemoração do 94.º aniversário do emblema vimaranense, que "há barreiras impossíveis de serem transpostas", dadas as "vantagens competitivas de alguns clubes relativamente aos outros", e defendeu que a principal arma do clube passa pelo espírito de superação, dando o exemplo dos participantes no Rio2016: o olímpico Rui Bragança (taekwondo) e o paralímpico Manuel Mendes (medalha de bronze na maratona, na classe T46).

"Obviamente, temos um objetivo que é competir, que é formar jovens, que é conseguir resultados desportivos. Mas a nossa causa não se esgota aí. A estratégia é simples: apostar no caráter e na génese dos vitorianos. Essa é a maior força que temos e a que nos tem mantido até aqui", vincou.

Depois do hastear da bandeira, a cerimónia prosseguiu com a inauguração de um mural à entrada do Estádio D. Afonso Henriques, com cerca de 400 nomes de pessoas e entidades que ajudaram o clube em 2012, numa altura em que a situação financeira era difícil.

O presidente vitoriano, que inaugurou a peça conjuntamente com o presidente da Mesa da Assembleia-Geral do clube, Isidro Lobo, e o presidente da Assembleia Municipal de Guimarães, António Magalhães, destacou que todo o "apoio" dado nessa altura era "importante", acabando por ter a "dimensão" necessária.

"Estas pessoas que hoje têm o nome inscrito, apesar de terem dado um contributo pequeno, fizeram-no com muito sacrifício e vêem o seu nome inscrito na história, porque nos permitiram estar aqui hoje e poder falar de outros níveis, de outras ambições", considerou.

Júlio Mendes mencionou ainda que o Vitória é "um clube de expressão local e regional", mas capaz de ter adeptos "nos locais mais recônditos" e apelou aos adeptos do clube para se irem organizando para a celebração do centenário, daqui a seis anos.

O responsável vitoriano assumiu, porém, que é preciso fazer o trabalho de casa para recuperar sócios que o clube já teve - na atualização de 2015, o número caiu de cerca de 29.700 para cerca de 18.600 -, garantindo que tal é "muito importante" para se conseguir resultados.

"De uma época em que tivemos sucesso [2014/15] e para a seguinte, que foi a passada [2015/16], em que não tivemos sucesso desportivo, a variação foi de quase 10 % de presença no estádio. É um valor, que, à escala do orçamento do clube, tem pouca expressão. Na ótica do apoio para conseguir resultados, é óbvio que isso é muito importante", explicou.

Questionado ainda sobre o passivo da época 2015/16 que vai ser apresentado na Assembleia Geral de 08 de outubro, o dirigente recusou dizer o valor, mas "antecipou uma situação simpática que vai agradar aos vitorianos". O passivo relativo à época 2014/15 cifrou-se nos 12,6 milhões de euros.