Laurentino Dias começou por rejeitar a afirmação dos “encarnados” de que teria abandonado a anterior direcção da Liga Portuguesa de futebol, presidida por Hermínio Loureiro, referindo que não houve período de maior trabalho e ligação do que nesse mandato.
“Não é verdade. Os quatro anos de Hermínio Loureiro foram quatro anos de trabalho connosco, de trabalho sério, a Liga participou na renovação da legislação portuguesa com o objectivo de ser um contributo para a credibilização”.
Laurentino Dias disse que não só trabalhou com a LPFP, como teve a aprovação desta a toda a alteração legislativa e que por isso se houve anos em que trabalharam a par "foram os últimos anos do mandato de Hermínio Loureiro”.
O membro do governo admitiu que se alheou de facto do processo do Apito Dourado, como o acusa o Benfica, mas que o fez e o fará em qualquer processo dessa natureza, em que “as questões transitam para o foro criminal e passam a ser da competência estrita do Ministério Público, dos tribunais e dos interessados”.
“Foi assim que encontrei essa matéria quando tomei posse e foi assim que acompanhei até ao fim sem nenhuma intervenção. Estive alheado, como diz o Benfica, e acho que estive bem, porque era essa a minha obrigação”, acrescentou.
Em relação às críticas do Benfica quanto ao facto da disciplina e arbitragem ainda estarem sob a alçada da Liga, Laurentino Dias lembrou que essa mudança é da competência da Federação, com a adequação dos estatutos, e “não é uma missão do governo, mas sim do futebol”.
O secretário de Estado negou também ter feito declarações desrespeitosas para com o Benfica. “Essas razões não têm nenhum fundamento e sustentação e não fazem com que me afaste do que tem sido a minha postura, de enorme respeito para com todos os clubes, para com o Benfica, para o seu passado e para o seu presente”.
Laurentino Dias, que marcava presença na primeira reunião da comissão para a justiça desportiva – em fase embrionária para a criação do tribunal arbitral do desporto -, não deixou também de falar de Carlos Queiroz.
O ex-seleccionador voltou, na terça-feira em entrevista à RTP, a tecer críticas ao secretário de Estado, referindo que Laurentino Dias está por detrás da sua saída da selecção nacional.
“O assunto que envolveu o seleccionador está encerrado. No dia em que convoquei a comunicação social dei tudo o que precisa de saber para dar resposta às perguntas que as pessoas fazem como o processo foi conduzido, a forma como os órgãos da federação e a ADoP tomaram as decisões”, referiu.
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