Os benfiquistas não estão satisfeitos com a forma como o clube se movimentou no mercado de transferências. Saíram três jogadores importantes, mas os que entraram tardam em ´pegar` na equipa. Em entrevista à BTV, no Museu Cosme Damião, Luís Filipe Vieira explicou as decisões da SAD no mercado para justificar as opções tomadas. O líder ´encarnado` diz não entender certas críticas de adeptos benfiquistas.

"Quando apostamos seriamente em investir no futebol profissional, fizemo-lo porque na realidade tínhamos de o fazer e fora de portas. Sabendo que podemos errar ou acertar. Quando se contrata, todos os que não decidem, acertam. O Caixa Futebol Campus estava a dar os primeiros passos, a lógica era seguir a estratégia de abastecermos com os nossos jogadores.

Hoje os reforços do Benfica serão os que sairão do Caixa Futebol Campus. Não vale a pena vier dizer que se planeou mal a época, é fácil falarem, mas quero recordar que a equipa atual tem três jogadores a menos do que na época passada. Estes jogadores que faltam são o Ederson, o Nélson Semedo e o Lindelof", disse o líder ´encarnado` antes, antes de explicar as opções pelas vendas.

"Com o Éderson, tínhamos uma parceria com o Rio Ave e não me podiam pedir para enganar o Rio Ave, era fácil faze-lo, mas não conseguia faze-lo. Outros conseguem fazê-lo. O Nélson Semedo poderia ter uma proposta a qualquer momento, não queríamos turvar a sua ambição. O Lindelöf era para sair em dezembro e depois acabou por não sair, porque entendemos que não era a altura", disse LF Vieira, explicando depois as entradas dos jogadores que os substituiu no Benfica.

"Teríamos de ter uma estratégia de escolher um guarda-redes novo. Há dois anos que seguíamos este guarda-redes, desde que tinha 15 anos. Parece que caiu o Carmo e a Trindade quando apostámos num guarda-redes novo. Acho que está demonstrado que foi a opção certa. Para defesa direito, tínhamos previsto que o Pedro Pereira podia ser o substituto do Nélson. A pré-época não foi a melhor para ele e para o Benfica e não nos deu essas garantias. Adiámos essa situação e conseguimos negociar com o Barcelona e vinda desse jogador [Douglas] por empréstimo com opção de compra", explicou Vieira.

Sobre o defesa central, LF Vieira falou da aposta em Rúben Dias e não entende os que pediam o regresso de Garay.

"O central. Imaginemos que o Garay viria para o Benfica e eu pergunto onde estava o Rúben Dias. Estava na equipa B. Planeámos bem, escolhemos bem. Não vale a pena as pessoas pensar em megalomanias, as coisas têm tendência a normalizar. O Sporting é forte, o FC Porto é forte, o Braga esta forte. Isto é uma caminhada longa, não vamos pensar em grandes aventuras, grandes reforços. Temos de fazer esta aposta. Isto é planeado", frisou.

Para o presidente, o futuro do Benfica está no Caixa Futebol Campus.

"Vamos investir mais no Seixal porque acreditamos que é por ali que o Benfica pode sonhar voltar a ser campeão europeu, porque não podemos competir financeiramente com os outros clubes. Agora pode ombrear com qualidade. Se não tivesse vendido nas últimas cinco épocas, se calhar podíamos sonhar com um título europeu. Hoje é difícil um jogador jovem sair do Benfica. Iremos retê-los o máximo de tempo possível", apontou.