O candidato à presidência do Sporting Pedro Madeira Rodrigues manifestou este domingo “tristeza e revolta” pelas declarações em que Jorge Jesus culpou o futebolista Palhinha pela derrota com o FC Porto, no sábado, para o campeonato.
“Sinto revolta, tristeza e amargura, sentimentos que são comuns à família sportinguista, depois de ver Jorge Jesus acusar o jovem Palhinha pela derrota do Sporting”, disse Madeira Rodrigues, durante a visita ao núcleo sportinguista do Magoito, Sintra.
Para o candidato à presidência ‘leonina’, as declarações do treinador “vêm na sequência do que foi dito sobre William Carvalho e Adrien após o que se passou no balneário em Chaves”, e que configura um estilo de liderança “que não assume as responsabilidades, egocêntrica e egoísta, que vai acabar definitivamente no Sporting”.
Desafiado a comentar as declarações feitas hoje por Bruno de Carvalho, na visita ao núcleo sportinguista de Penacova, acusando-o de estar dependente das juventudes partidárias, Madeira Rodrigues rebateu-as através do seu percurso profissional.
“Eu fiz a minha carreira sempre na área da gestão, de forma completamente independente e tenho provas dadas. Passei pelo Governo, há dois anos filiei-me num partido pela primeira vez ao responder a um repto de uma pessoa conhecida. Volto a desafiar o atual presidente a apresentar a sua declaração de IRS antes de entrar no Sporting, que eu porei também a minha para se ficar a saber quem é amador. Tirei os meus cursos nos Estados Unidos e o meu MBA, pelo que o meu passado fala por mim”.
Questionado sobre quem tem maiores responsabilidades na derrota do Sporting no Dragão, Madeira Rodrigues não tem dúvidas de que é, “obviamente, o treinador, que é quem põe a equipa a jogar”.
“Ele e o presidente são exímios a fugir às responsabilidades. O presidente tentou fazê-lo diretamente no balneário em Chaves e depois através diretor geral da Fundação Sporting, que veio dizer que os jogadores não são profissionais. A seguir foi Jorge Jesus a falar de Adrien e William, dizendo que estavam em má forma, e ontem foi o Palhinha. A responsabilidade em última análise é do presidente, que é quem escolhe o treinador, e ambos devem assumir as responsabilidades quando as coisas não correm bem”, afirmou.
De resto, Madeira Rodrigues critica a “imagem infeliz” do treinador a dizer que “vai pensar na próxima época”, como que a atirar a toalha ao chão” depois de ter sido feito “o maior investimento na equipa de futebol com resultados desportivos tão maus”.
“Quero dizer aos jogadores que acreditem até ao fim, não desistam, apesar de estarem a ser desmotivados por quem os devia motivar. E é isto que vamos trazer para o Sporting, vamos tratar de acabar esta época em grande, a ganhar os jogos todos e, obviamente, lutar por todos os títulos na próxima época”, disse Madeira Rodrigues, que acredita que os sportinguistas acabarão por se virar contra a atual direção, “não pelos maus resultados, mas por perceberem que o seu projeto está esgotado”.
Esse esgotamento deve-se, segundo o candidato, a “uma política falhada de contratações, à ausência de ideias, ao perfil de um presidente não compatível com os valores do Sporting, a um treinador que os sportinguistas já perceberam que não conduzirá a equipa ao sucesso.
“O presidente apelidou uma vez os sportinguistas de carneiros. Mas os sportinguistas são inteligentes, pensam pela sua cabeça e vão saber votar em consciência, independentemente dos resultados”, confia Madeira Rodrigues.
Finalmente, não quis confirmar o nome do argentino Marcelo Bielsa, como sendo aquele que irá apresentar para substituir Jorge Jesus: “Só quando tiver a negociação fechada é que poderei apresentar o nome. Fá-lo-ei oportunamente. É isso que os sportinguistas esperam. Não vou estar a contribuir para alguma confusão”
O candidato à presidência dos leões fez, ainda, questão de rebater uma acusação feita hoje de uma alegada ligação ao Benfica, ao lembrar que “todos os potenciais candidatos ao Sporting foram acusados de serem abutres, ratos e benfiquistas”, o que retrata uma “obsessão preocupante” do atual de Bruno de Carvalho, a quem pede que “tenha dignidade e pare de insultar e provocar” porque os sportinguistas “não se reveem em tal comportamento”.
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