O presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) pediu hoje «urgência» ao Conselho de Justiça (CJ) da Federação na decisão sobre o alargamento dos campeonatos e garantiu que não se demite caso a proposta volte a ser rejeitada.
Mário Figueiredo, que falava à margem da Assembleia-Geral (AG) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), sublinhou a importância da matéria, tendo em conta que o alargamento das ligas profissionais «implica a realização de um ‘play-off' com quatro equipas, que exige cinco ou seis dias de intervalo entre os jogos», e que deverá ser disputado «no mês de maio».
O CJ da FPF decidiu suspender a deliberação da AG da LPFP relativa ao alargamento do campeonato principal de 16 para 18 clubes, depois de um recurso interposto pelo FC Porto, ao qual atribuiu «efeito suspensivo», conforme era solicitado pelo clube "azul e branco".
Na base da decisão do órgão da FPF está o ponto 2 do artigo 36.º do Regimento do Conselho de Justiça, no qual se enumeram os casos em que os recursos para o CJ têm efeito suspensivo.
Isto sucede, nomeadamente, «quando da decisão do recurso fique dependente a qualificação para uma prova de competência ou a manutenção em prova que se encontra a disputar», como se lê na alínea b do n.º 2 do artigo 36.º.
O presidente da LPFP afirma que o organismo não poderá «ficar eternamente à espera da decisão desse recurso», embora admita que o alargamento continuará a ser discutido entre as duas entidades do futebol nacional.
«A ideia do alargamento será negociada nas próximas semanas entre a Liga e a Federação, no recato dos gabinetes, mas vamos aguardar pela decisão do CJ, reunido no seu plenário, sobre o requerimento que foi apresentado pela Liga», frisou.
Em caso de nova reprovação à proposta apresentada, Mário Figueiredo não coloca a hipótese de se demitir e adianta que irá continuar a «batalhar» por uma medida que «tem muito impacto nas contas dos clubes».
«Falei sempre na necessidade de haver mais jogos, mais competição e mais sustentabilidade nos clubes. Uma das formas de haver mais sustentabilidade é com o alargamento de 16 para 18 clubes. Nos últimos dias de campanha disse que tudo iria fazer para que esse alargamento fosse possível e fosse aplicado na época 2012/13. Tudo tenho feito para que isso seja possível, mas se não for possível tudo faremos para aprovar o alargamento no ano seguinte. Não abdicamos dele», sublinhou.
O responsável da Liga de Clubes comentou ainda requerimento de voto de censura ao presidente federativo, Fernando Gomes, que foi reprovado pelos delegados presentes na AG.
«Já tinha dito que essa proposta devia lavrar em algum equívoco, em algum mal-entendido. O comportamento de Fernando Gomes não estava a ser muito consistente e coerente ao longo dessas semanas, mas não fazia qualquer sentido estar a apresentar um voto de censura à AG, porque as questões discutem-se noutros foros», referiu.
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